Antes e agora

‘Reforma da Previdência é confisco de direitos’, diz Feijóo

Presidente Temer foi até Silvio Santos para defender a sua reforma, assim como fez Zélia Cardoso de Mello em 1990, para garantir que o confisco das poupanças traria benefícios para a economia

Reprodução/TVT

Não é de hoje que governos utilizam programas de TV para fazer a população engolir medidas indigestas

São Paulo – Para tentar aprovar o seu projeto de reforma da Previdência, que restringe o acesso às aposentadorias, o presidente Michel Temer foi até o programa do apresentador Silvio Santos, na semana passada, alegando que sem as mudanças os pagamentos dos aposentados estariam em risco num  futuro próximo. Em 1990, era a vez da então ministra da Fazenda do governo Fernando Collor, Zélia Cardoso de Mello, dividir o palco com o apresentador para tranquilizar a população, dizendo que o dinheiro do confisco da poupança logo seria devolvido, devidamente corrigido. 

O analista político da TVT, José Lopez Feijóo, traça paralelo entre esses dois momentos para afirmar que as mudanças que Temer pretende fazer na Previdência trata-se, na verdade, de um confisco de direitos da população, novamente para beneficiar os bancos. 

“Até hoje, milhares de poupadores ainda não receberam integralmente os seus recursos (confiscados por conta do chamado Plano Collor). Com essa reforma, é a mesma coisa. Trata-se de um confisco de direitos que o governo quer nos convencer que é bom para a população. Não é bom”, diz Feijóo.

Ele cita declarações do ex-ministro da Previdência Carlos Gabas (governos Lula e Dilma) que, em uma série de vídeos produzidos pela TVT, desmente ponto a ponto o discurso oficial do governo e nega a necessidade de introduzir mudanças tão duras. O analista diz que o déficit nas contas dos sistemas de aposentadorias alegado pelo governo serve para justificar a reforma, e enfraquece o sistema público de aposentadorias em benefício dos bancos privados e seguradoras.

“É disso que se trata, de forçar as pessoas a procurarem um plano de previdência privada que muitas vezes não conseguirão sequer pagar para satisfazer o sistema financeiro e as grandes seguradoras que apoiaram o golpe de 2016”, destaca.

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