em luta

Acompanhe as imagens do dia de protestos em SP contra a reforma da Previdência

Guarulhos, Santo André e Sorocaba, em São Paulo, registraram paralisação dos trabalhadores de transportes nessa manhã. Metalúrgicos e petroleiros também protestam

Reprodução/CUT-SP

Paralisação de motoristas de Santo André contra a reforma da Previdência também foi notícia na imprensa tradicional

São Paulo – Trabalhadores de diferentes categorias e de diversos pontos do país realizam atividades e cruzam os braços desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (19), dia nacional de mobilizações contra a reforma da Previdência. Uma série de atos e manifestações estão programadas pelos movimentos sociais e sindical para mostrar ao governo Temer e ao Congresso Nacional que os trabalhadores querem a retirada definitiva da proposta que altera as regras para as aposentadorias sob alegação de déficit da Previdência.

Em Guarulhos, segunda maior cidade de São Paulo, motoristas de ônibus das linhas municipais e intermunicipais decidiram paralisar as atividades. O movimento abrange diversas empresas. 

Motoristas de Santo André e Diadema, no ABC Paulista, também estão parados e realizam bloqueios em diversos terminais. Em Diadema, os trabalhadores também bloqueiam as pistas de trólebus e outras vias da cidade. 

O secretário geral do Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC, Leandro Mendes, disse à Rádio Brasil Atual que as mobilizações em Santo André foram desencadeadas espontaneamente pela população, e depois contou com a adesão de motoristas e do sindicato. 

“A gente só quer mostrar para o governo que eles não podem fazer tudo do jeito deles. A gente aderiu o protesto deles. O povo está acordando. Por muito menos, o pessoal foi para a Paulista, bateu panela, fez isso e aquilo contra a Dilma. Hoje, o governo Temer está fazendo o que quer. Se for preciso a gente vai ficar 24 horas nas ruas, mas não vão aprovar essa lei”, disse Leandro. 

Em Osasco, na grande São Paulo, trabalhadores realizam manifestação no estação de trem, com panfletagem para alertar a população sobre os riscos do projeto do governo que dificulta o acesso às aposentadorias. Sorocaba, no interior de São Paulo, também registra paralisação nos transportes. 

“Estamos aqui fazendo a distribuição do jornal contra a reforma. Se botar para votar, o Brasil vai parar. Estamos aqui, juntos, com vários sindicatos e movimentos sociais”, diz o vice-presidente da CUT-SP, Valdir Fernandes, o Tafarel. 

Trabalhadores sem teto e integrantes de associação de moradores da região de Heliópolis e Ipiranga realizaram também um “trancaço” que paralisou por cerca de 20 minutos a circulação de veículos na Rodovia Anchieta, na altura das Juntas Provisórias.

Coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim diz que as centrais e movimentos sociais decidiram manter as mobilizações nesta segunda, após Temer afirmar que pode suspender a Intervenção Federal no Rio de Janeiro se o governo tiver votos para aprovar a reforma.

“Nós não acreditamos nesse engodo de que o governo ainda não tem os votos necessários. A qualquer momento podem atingir os votos necessários com malas de dinheiro. Queremos que o governo retire em definitivo o projeto da reforma. Não é suspender. É retirar da pauta”, disse Bonfim, também em entrevista à Rádio Brasil Atual

Zelidio Barbosa Lima, da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), participou de concentração na manhã de hoje em Guarulhos, com objetivo de fazer assembleia na Base Aérea. Antes, o movimento promoveu “trancaço” na Via Dutra. “O trânsito parou na Dutra. A reforma da Previdência é retirada de direitos dos trabalhadores, não podemos aceitar que ela passe. Nossa resposta é travar viadutos, avenidas, colocar o povo na rua e mostrar nossa indignação”, afirmou.

Metalúrgicos

Em São Bernardo do Campo, a paralisação contra a reforma da Previdência atinge as montadoras Mercedes-Benz, Volkswagen, Ford, Toyota, Scania e dezenas de outras empresas. Nas primeiras horas do dia, ônibus chegavam vazios, como relata o presidente do sindicato da categoria, Wagner Santana.

Em São Carlos, os metalúrgicos da Volkswagen atrasaram a entrada para marcar a insatisfação contra a proposta. Na cidade, há uma marcha no centro com panfletagem contra a reforma.

Roberto Parizotti/CUT e CUT-SPMetalúrgicos
Entradas da Ford (acima) e da Mercedes (esq), em São Bernardo, e da Volks (dir), em São Carlos

Bancários

Em São Paulo, Osasco e nas cidades da região, mitas agências de bancos devem permanecer fechadas. A paralisação foi definida em assembleias nos locais de trabalho nos dias 8, 9, 14 e 15 de fevereiro. “Já deixamos claro para todos os parlamentares, mas nunca é demais avisar: quem votar a favor da reforma da Previdência de Temer, que na verdade é mais um desmonte dos direitos dos trabalhadores, não volta ao Congresso Nacional. Estamos denunciando deputados e senadores que apoiam essa barbaridade contra o povo trabalhador e eles nunca mais serão eleitos”, reforça a presidenta do sindicato, Ivone Silva. 

Seeb-SPAgências bancárias
Agências bancárias da região central (acima) e da Avenida Paulista e entorno (abaixo), devem permanecer fechadas

Bancos Paulista

Petroleiros

Os petroleiros também fecharam os portões da Refinaria de Paulínia (Replan) contra as mudanças nas aposentadorias. Com faixas com palavras de ordem contra os deputados que votarem a favor da proposta, os petroleiros também protestam em frente à refinaria da Petrobras em Capuava (Recap). 

Sindpetro-SPReplan
Trabalhadores das empresas terceirizadas da Replan, em Paulínia (SP), se mobilizam contra a Reforma da Previdência
CUT-SPRecap
Petroleiros param na Refinaria de Capuava

Demais categorias

Trabalhadores eletricitários também estão paralisados nas cidades de Campinas, Itapira, Adamantina e Regente Feijó,  no interior do estado.

Mais cedo, trabalhadores de Bauru fizeram caminhada percorrendo o centro da cidade e agora se concentram em ato em frente ao INSS. Já em São José dos Campos, servidores municipais marcham pelo centro contra a reforma.

Em Suzano, metalúrgicos, servidores públicos municipais, professores e trabalhadores da construção civil fazem uma concentração na Praça do Expedicionários, no centro, para realizar uma caminhada panfletagem na cidade.

CUT SPservidores sjc.jpg
Servidores municipais de São José dos Campos em frente a Praça Afonso Pena
CUT SPsuzano.jpg
Trabalhadores fazem panfletagem em Suzano
CUT SPbauru.jpg
Em Bauru, manifestantes fazem ato em frente ao prédio do INSS

Pelo Brasil

A Refinaria Abreu e Lima, em Suape, no estado de Pernambuco, também amanheceu com as suas atividades paralisadas, devido a protestos dos trabalhadores contra a reforma. Na capital, em Recife, e também em Caruaru e Petrolina, trabalhadores da Receita Federal pararam as atividades nas agências. 

No interior do Piauí, trabalhadores rurais e das cidades bloquearam a BR 316, próximo ao acesso ao município de Picos. Eles devem seguir, em manifestação, até a sede do INSS, na cidade. 

No sul do país, manifestantes dialogam com a população de Curitiba, com panfletagem no terminal Guadalupe, no centro da capital, para alertar a população sobre os impactos das mudanças nas aposentadorias. 

Em Chapecó (SC), trabalhadores também protestam em uma das agências do INSS. Com faixas, eles denunciam os bilhões devidos por grandes empresas aos cofres da Previdência. 

Reprodução/CUT-SPcontra reforma da previdencia
Ônibus não saíram das garagens de empresas de transporte coletivo em Guarulhos
SindiquimUCI Farma
Integrante do Sindicato dos Químicos do ABC conversa com trabalhadores da UCI Farma, em São Bernardo
Sinergia-CUTCPFL
Trabalhadores da CPFL em Campinas parados nesta segunda
Globonews/ReproduçãoVia Dutra
Bloqueio de movimentos sociais parou Via Dutra