Efeito da 'reforma'

Metalúrgicos da Volks no ABC aprovam taxa para não sindicalizado

Desconto refere-se a pagamento de PLR e abono. 'Não é justo quem não paga por essa estrutura do sindicato dizer que não quer ser sócio, mas quer usufruir do acordo', afirma sindicalista

adonis guerra / smabc

Trabalhadores votaram para que aqueles que não são associados ao sindicato paguem uma taxa pelas conquistas

São Paulo – Assembleia dos trabalhadores na Volkswagen, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, aprovou desconto, para não sindicalizados, referente a uma taxa negocial no pagamento da participação nos lucros ou resultados (PLR) e de abono. A decisão, tomada na tarde de hoje (6), já reflete a “reforma” trabalhista recentemente implementada (Lei 13.467).

“Defendo o direito de quem não quer ser sócio que assuma isso. A reforma trabalhista estabelece novas regras, entre elas que os acordos podem ser individuais. Qualquer um pode negociar direto com a fábrica o seu sábado, domingo, PLR, reajuste. Agora, não é justo quem não paga por essa estrutura do sindicato, que é de vocês, dizer que não quer ser sócio, mas quer usufruir do acordo e da PLR negociadas por este sindicato”, argumentou o presidente da entidade, Wagner Santana, o Wagnão.

Segundo ele, os trabalhadores entenderam a necessidade do pagamento, na medida em que é o sindicato que encaminha as negociações. “Os companheiros compreenderam e votaram, por ampla maioria, para que aqueles que não são associados ao sindicato paguem uma taxa pelas conquistas alcançadas. Não seria justo o trabalhador sindicalizado pagar por uma estrutura que garante a negociação, a luta, e aqueles não associados serem beneficiados sem contribuir com nada.”

A nova lei tornou opcional a contribuição ou imposto sindical. Desde 2008, uma outra lei (11.648, que criou regras para as centrais sindicais), estabeleceu uma contribuição negocial, que até hoje não foi regulamentada.

Na assembleia, também foi aprovada a “disposição de luta” contra a “reforma” da Previdência, em tramitação na Câmara. “Acham que a empresa vai segurar vocês na linha (de produção) até 60, 65 anos?”, questionou Wagnão.

 

 

 

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