Perdas e Danos

Reforma trabalhista: concorrência desmedida ‘tira o sono’ dos trabalhadores

Nova regras para o mercado de trabalho promovem a 'uberização' de setores da economia, levando a uma competição desenfreada em que todos perdem

reprodução/TVT

Comparado ao telemarketing, estresse causado pelo teletrabalho leva a aumento de casos de insônia

São Paulo – As mudanças na legislação trabalhista e as novas formas de contratação – como a terceirização, o teletrabalho, o trabalho temporário e intermitente – devem levar ao aumento da informalidade e da precarização, com a perda de direitos e a competição excessiva, e até mesmo causar transtornos mentais aos trabalhadores, como insônia, ansiedade e depressão.

O alerta foi feito por especialistas em Direito do Trabalho e dirigentes sindicais em audiência pública promovida pela Subcomissão Temporária do Estatuto do Trabalho do Senado nesta segunda-feira (27). 

Uma das consequências da “reforma” trabalhista, após o golpe que levou Michel Temer ao poder, é a chamada “uberização” de amplos setores da economia. “O Uber é o maior exemplo disso. Cria um novo setor dentro do mercado e reorganiza as relações de trabalho. Cria uma concorrência entre trabalhadores, taxistas concorrendo com motoristas, todos em uma situação cada vez mais difícil”, afirmou a pesquisadora do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit) da Universidade de Campinas (UnicampLudmilla Abílio ao repórter Uélson Kalinovisk, para o Seu Jornal, da TVT

Na audiência, o procurador Paulo Joarês Vieira citou estudo elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) que aponta que o profissional que atua na modalidade do teletrabalho, ao contrário do que se imagina, tem índices mais acentuados de estresse se comparado ao indivíduo que atua dentro da empresa, acarretando distúrbios do sono, como a insônia, por exemplo. “A pessoa não consegue se desconectar e isso acaba atingindo a sua saúde mental e emocional”, afirmou. 

Assista à reportagem do Seu Jornal, da TVT

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