Petrobras propõe reajuste pela inflação e acordo por dois anos

Trabalhadores também teriam aumento salarial pelo INPC em 2018. Adicional de horas extras cairia de 100% para 75%. FUP diz não aceitar redução de direitos e sinaliza com rejeição

FUP

José Maria Rangel, coordenador da FUP, em reunião com a Petrobras: com redução de direitos não há acordo

São Paulo – A Petrobras formalizou hoje (10) aos representantes dos petroleiros nova proposta para tentar renovar o acordo coletivo. A empresa manteve o índice de 1,73%, equivalente à variação do INPC em 12 meses, até a véspera da data-base (1º de setembro). O acordo teria validade de dois anos – em 2018, também haveria reajuste com base na inflação.

Um dos itens criticados pelos petroleiros foi alterado pela Petrobras, que passou de 50% (índice fixado pela legislação) para 75% a proposta de adicional de horas extras. Atualmente, a companhia paga adicional de 100%.

Em comunicado, a Petrobras diz que a expectativa é de que as negociações “estejam concluídas o quanto antes”, já que o atual acordo foi prorrogado até o próximo dia 30. Antes de ser submetida a assembleias nos locais de trabalho, a proposta será avaliada pelo Conselho Deliberativo da Federação Única dos Petroleiros, formado por dirigentes da entidade e dos sindicatos filiados, mas em nota a FUP sinaliza que não aceitará.

“A nova proposta mantém a extinção da Promoção por Antiguidade de Pleno para Sênior nos cargos de nível médio, acaba com o pagamento integral da gratificação de férias, reduz a remuneração das horas extras, precariza o Benefício Farmácia, impõe a migração obrigatória do Auxílio Almoço para Vale Refeição/Vale Alimentação, sem considerar o valor para cálculo de gratificação de férias e 13º salário, entre outras reduções de direito”, diz a FUP. Para a entidade, a empresa “coloca em prática o golpe da contrarreforma e precisa ser respondida à altura pelos trabalhadores”.

A federação disse ainda ter reafirmado, na mesa de negociação, a “defesa incondicional” do atual acordo coletivo. “Sem retirada, nem redução de direitos, destacando que várias categorias estão tendo seus acordos renovados na íntegra, em função da insegurança jurídica que o país vive”, afirma.

A empresa informou que mantém a opção de redução da jornada com redução proporcional de salários, “incluindo a possibilidade de os empregados que atuam no regime administrativo flexível ou fixo optarem pela redução de cinco para quatro dias trabalhados por semana”. Segundo a Petrobras, trabalhadores administrativos com horário flexível continuam com opção de reduzir a jornada de oito para seis horas diárias.

O índice de 1,73% vale também para benefícios educacionais e para o Programa Jovem Universitário, além dos adicionais de campos terrestres e do estado do Amazonas.