Reforma trabalhista

Maia disse que cumprirá acordo, afirma dirigente da Força

Segundo sindicalista, o presidente da Câmara deu garantias sobre a questão da medida provisória sobre o projeto aprovado ontem. Centrais fazem avaliação amanhã à tarde, em São Paulo

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Juruna: episódio no Senado mostra a importância de os trabalhadores valorizarem seu voto

São Paulo – A afirmação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que não reconhecerá nenhuma medida provisória relativa à reforma trabalhista, causou alguma surpresa e reações negativas, mas o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, disse que confia em um entendimento. Ele telefonou para o deputado na manhã de hoje (12) e ouviu que o acordo feito com parte das centrais está mantido. As seis principais centrais do país vão se reunir amanhã à tarde, em São Paulo, para avaliar o cenário após a aprovação do projeto no Senado e os próximos passos.

“Ele (Maia) disse: ‘O que está acordado com vocês nós vamos cumprir. O que eu conversei com vocês está de pé'”, contou Juruna, que disse estar tranquilo quanto à tramitação da MP. “Somos gente que acredita na negociação. Negociamos com empresários, com entidades patronais e com o Congresso.” Até hoje, diz, tudo o que foi conversado com o presidente da Câmara foi cumprido.

A expectativa é de que a lei seja sancionada até amanhã, com seis ou sete vetos ao projeto aprovado pelo Senado na noite de ontem, por 50 a 26. Para garantir a aprovação do projeto, o governo acenou com alguns “ajustes” via medida provisória, proposta recebida com descrédito e desconfiança pela oposição e por sindicalistas. Parte das centrais tem conversado com Maia, com o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, e com o próprio Michel Temer.

Para o secretário-geral da Força, o episódio de ontem serve como aprendizado, tanto para ele como para o conjunto dos trabalhadores, no sentido de valorizar o voto e eleger candidatos comprometidos com os interesses da classe. “Sabíamos que íamos perder, sabemos quem é quem no Congresso. Mas o jogo é de 90 minutos e estamos na prorrogação. Temos condições de influenciar no veto e na MP”, afirmou.

“Uma derrota no Congresso ajuda os trabalhadores a usar seu voto como instrumento de luta”, acrescentou o sindicalista. Em perspectiva histórica, o golpe de 1964 ocorreu, diz ele, porque os trabalhadores tinham maioria no Congresso. “Não é um sonho. Isso (aprovação do projeto) fará com que os trabalhadores valorizem a ação sindical.”

Representantes das centrais vão se reunir nesta quinta para discutir o que fazer daqui em diante, pensando inclusive na reforma da Previdência, que pode ser retomada na Câmara.

 

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