O papel do Brasil e dos movimentos nos objetivos do desenvolvimento sustentável

Revista de julho revê o legado da Rio+20, a sucessão na CUT, as reviravoltas no Paraguai, no Canadá e na Europa, a Globo sem Olimpíada (e vice-versa) e o sempre inspirado Erasmo Carlos

São Paulo – A inclusão do combate à fome e à miséria nos objetivos do desenvolvimento sustentável das Nações Unidas foi uma vitória do criticado documento proposto pelo governo brasileiro à Rio+20, no mês passado. O documento contemplou ainda outros avanços significativos para o entendimento do sentido de “sustentabilidade”, entre eles, a busca da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres e a defesa da criação de empregos sob o conceito de trabalho decente da Organização Internacional do Trabalho, maior democracia e poder de intervenção das comunidades nos destinos de suas cidades, democratização do acesso à informação.

Desse modo, a Conferência do Rio deixou para a humanidade uma agenda mais encorpada, somando-se às fortes questões ambientais já presentes, como proteção de florestas e biomas naturais, manejo correto dos recursos da terra e das águas, a redução da emissão de gases causadores de efeito estufa. A Rio+20 passou e os países em desenvolvimento e movimentos sociais ganharam um reforço para conduzir suas causas junto aos países ricos.

Esse novo contexto foi tema da cobertura dos jornalistas João Peres, Hylda Cavalcanti, Maurício Thuswohl e Virgina Toledo. A Rede Brasil Atual acompanhou o evento oficial e as atividades paralelas promovidas por organizações sociais, a Cúpula dos Povos, com objetivo de pressionar as autoridades. E o tema está presente na Revista do Brasil de julho, acrescido de uma entrevista-balanço com Ladislau Dowbor, do Núcleo de Estudos do Futuro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Na edição, Vitor Nuzzi registra como o congresso nacional da CUT, que marca a chegada de Vagner Freitas à presidência da central, sucedendo Artur Henrique, avalia a situação do país e do movimento sindical diante dos impasses da economia e da crise internacional. Flávio Aguiar, de Berlim, analisa as chances de as recentes eleições na Grécia e na França mexerem com a reordenação econômica europeia. Xandra Stefanel, em Montreal, vê a população nas ruas em defesa de direitos sociais atacados pelo governo conservador. Marilu Cabañas, de Assunção, e Mauro Santayana, em artigo, radiografam a situação paraguaia depois do golpe que destituiu o presidente Fernando Lugo.

João Correia Filho observa a influência do ecologicamente correto e a volta das fraldas de pano – em detrimento das descartáveis. Guilherme Bryan traz uma divertida entrevista com o eterno tremendão Erasmo Carlos. Alexandre Acioli e Jesus Carlos visitam Cabo do Santo Agostinho, em Pernambuco. E Lalo Leal comenta o silêncio olímpico da Globo em relação aos Jogos de Londres. Ao ficar de fora das transmissões das competições para a TV aberta, a emissora ignora o esporte, demonstrando que o importante, mais do que competir, é faturar.