União na luta

Participação de movimentos sociais fez a diferença para o sucesso da greve

Raimundo Bonfim vê 'greve histórica diante do momento político' do país. Entidades denunciam repressão e prisões

Mídia Ninja

Manifestantes em Belém, no Pará, mostram ações contra as reformas por todo o país

São Paulo – “É uma greve histórica diante do momento político do Brasil”, define Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares e da Frente Brasil Popular. Ao fazer referência aos 100 anos da primeira greve realizada no Brasil, Raimundo destacou que o sucesso do movimento desta sexta-feira (28) tem como como diferencial a participação dos movimentos populares.

“Normalmente, greve é uma atividade de sindicato e centrais sindicais, mas essa greve não é só, e felizmente, do movimento sindical, embora os sindicatos sejam os responsáveis por parar a produção e a circulação das riquezas. As ações desenvolvidas pelos movimentos populares no Brasil inteiro mostram um diferencial na greve”, afirmou, citando a presença da Frente Povo Sem Medo, da Frente Brasil Popular e dos diversos movimentos que compõem ambos os grupos. “Nossa intenção é derrotar, de fato, as reformas (trabalhista e previdenciária)”, acrescentou, durante entrevista coletiva na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.

“As reformas são o passo seguinte do golpe e condenam os trabalhadores, de forma descarada, a uma vida de trabalho exaustivo”, disse Eluiza Silva, coordenadora da Frente de Luta por Moradia (FLM). Segundo ela, desde a meia-noite o movimento realizou oito ocupações de imóveis abandonados na cidade de São Paulo, e em cinco a ação teve êxito. 

Em quatro dessas cinco, informou, a Polícia Militar interveio de forma violenta horas depois e desfez a ação. A coordenadora da FLM afirmou que lideranças do movimento foram presas e conduzidas ao 68º Distrito Policial (DP), na zona leste de São Paulo, “sob ameaças, e ainda estão lá”.

Militantes detidos

Mais cedo, a Frente Brasil Popular já havia denunciado a repressão da PM contra manifestantes que participavam de ações da greve geral. O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), por exemplo, informou que sete dos seus integrantes foram detidos e encaminhados para 65º DP, em Artur Alvim, também na zona leste da capital paulista.

Ao menos 14 pessoas foram detidas na cidade, segundo a Secretaria estadual da Segurança Pública, que não informou os motivos das prisões, sob a alegação de que os boletins de ocorrência estariam sendo registrados.

Além dos sete integrantes do MTST, outros três manifestantes estão detidos no 65º DP, na zona leste, e quatro foram levados ao 33º DP, zona noroeste.

 

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