contra retrocessos

Congresso da Contraf-CUT debate combate à precarização

Categoria bancária pede o apoio da sociedade no combate ao desmonte dos bancos públicos e à reforma da Previdência

Jaílton Garcia/ Contraf-CUT

Ao final dos dois dias de congresso, a categoria definirá o plano de lutas para mobilizar a sociedade

São Paulo – Reunidos em congresso extraordinário realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), bancários debatem o plano de lutas contra os ataques e a retirada de direitos trabalhistas e sociais representados pelas propostas do governo Temer, como as reformas da Previdência e trabalhista.

Para a categoria, só a adesão maciça da sociedade será efetiva no combate à precarização do trabalho, ao desmonte dos bancos públicos e à reforma da Previdência. “O nosso congresso serve pra isso, ele baliza o que os trabalhadores vão enfrentar na reforma da Previdência, que é dramática, em que todo o conjunto da seguridade social está em risco no Brasil, porque virou mercadoria”, afirma o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, em entrevista à TVT.

Ao final do congresso, que se encerra nesta sexta (10), a categoria divulgará os rumos da mobilização em torno das principais bandeiras de luta da sociedade. “Nós vamos convencer os trabalhadores que precisam fazer o que as mulheres fizeram no dia 8 (de março, Dia Internacional da Mulher) em todo o mundo: ir para às ruas protestar, que é o único jeito de brecar a exploração”, disse Roberto.

Além da reforma da Previdência Social, o evento também debate o enfraquecimento dos bancos públicos protagonizado pelo governo de Michel Temer. Somente no ano passado, o setor perdeu 20 mil postos de trabalho, mais de 9 mil no mês de dezembro. “A população tem de defender os bancos públicos, porque é a partir deles que a população financia a casa própria mais barata, a agricultura familiar. Se você desmonta e enfraquece a agricultura familiar, você dificulta que a comida chegue à sua mesa com preço mais barato”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira.

Jaílton Garcia/ Contraf-CUT
Vagner Freitas destacou as manifestações de março contra as reformas do governo Temer

O presidente da CUT, Vagner Freitas, destacou o Dia de Paralisação Nacional contra as reformas da Previdência e trabalhista, na próxima quarta (15), e a mobilização no dia 27, em Brasília, para pressionar o Congresso contra a aprovação do chamado PL da terceirização. “Eles (neoliberais) têm a mídia, o poder Judiciário e grandes monopólios, mas nós temos condições de enfrenta-los nas ruas. Por estarmos vivendo um momento ímpar na história do país, um golpe, é possível à classe trabalhadora realizar uma maciça paralisação junto com a sociedade. Não há outra maneira de se posicionar contra este governo que não seja a luta e o enfrentamento.”

Segundo o presidente da Contraf-CUT, além das propostas de Temer que fragilizam o emprego, a tecnologia também colabora para diminuir as oportunidades de trabalho. “Nos próximos 20 anos, metade da força de trabalho não será empregada mais, mas estará em plataformas colaborativas e cooperativas, como o Uber.”

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