Alerta

CUT e Apeoesp: reforma da Previdência acaba com direito à aposentadoria

Vagner Freitas presidente da central, alerta que não se trata de reforma, mas de tentativa de ludibriar o trabalhador. Bebel Noronha, do sindicato dos professores, classifica proposta como machista

“Na capital de São Paulo, 80% dos trabalhadores não vivem até os 65 anos de idade”, alerta o presidente da CUT

São Paulo – O presidente da CUT, Vagner Freitas, e a presidenta do sindicato dos professores da rede pública estadual de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, criticam a proposta de reforma da Previdência defendida pelo governo Temer, que estabelece que, para se aposentar com o valor integral o trabalhador tenha pelo menos 65 anos de idade e 49 anos de contribuição para a Previdência, sem distinção entre homens e mulheres. A proposta também acaba com a aposentadoria especial para professores. 

“Reforma dá a impressão que é bom, mas o trabalhador pode ser ludibriado. Não é isso que o governo Temer está fazendo. Ele está simplesmente acabando com o direito do trabalhador de se aposentar. Na capital de São Paulo, 80% dos trabalhadores não vivem até os 65 anos de idade. Os números não são nossos, são números públicos”, afirma Vagner Freitas, em entrevista ao repórter Jô Miyagui, para o Seu Jornal, da TVT.

O dirigente afirma que a medida terá impacto negativo ainda maior para os menores municípios, com até 100 mil habitantes. “Com indústria, comércio e serviços menos expressivos, a renda de aposentados e pensionistas são essenciais para a economia dessas cidades e para o sustento das famílias.” 

Segundo estudo da Rede Nossa São Paulo, o tempo médio de vida da população em 36 bairros da capital paulista é de menos de 65 anos. Em Cidade Tiradentes a média é de 53,83 anos, Anhanguera (54,9), Jardim Ângela (54,77) e no Grajaú (54,77).

Por sua vez, Bebel alerta que a proposta do governo também vai atingir diretamente os professores e especialmente as professoras, que representam 84% da categoria. “É uma medida misógina, porque ataca as mulheres como um todo”, afirma. 

Informativo distribuído pela Apeoesp aos professores destaca que, ao contrário do que alega o governo, a arrecadação total da seguridade social não registra prejuízo. Em 2015, em plena recessão, o superávit foi de R$ 16 bilhões. 

Em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, as professoras organizam manifestações para denunciar os ataques contra a categoria representados por medidas como a reforma da Previdência, além de outras pautas feministas. No mesmo dia, a Apeoesp também realiza assembleia para definir calendário de lutas da categoria.

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