carnaval mobilizado

Contra reforma da Previdência, servidores da Justiça do Rio protestam em ‘clima de folia’

Sindicato da categoria realizou manifestação irreverente para atrair demais trabalhadores e conscientizar sobre ataques às aposentadorias

“O carioca é um povo irreverente, mas nem por isso a gente deixa de fazer as nossas lutas”

São Paulo – Em clima de carnaval, servidores da Justiça Federal protestaram ontem (16) no centro do Rio de Janeiro contra a reforma da Previdência do governo Temer. Realizado pelo Sindicato dos Servidores das Justiças Federais no Estado (Sisejufe), a ideia foi tratar o tema com irreverência para atrair a atenção da população e conscientizar sobre os ataques aos direitos.

“É uma causa que afeta a todas as pessoas, não está limitada aos servidores. Principalmente o trabalhador da iniciativa privada vai sofrer muito com isso. Então é importante que a gente traga eles para essa luta”, destaca Luciana Pacheco, diretora do Sisejufe, em entrevista à repórter Clara Araujo, para o Seu Jornal, da TVT

Ela também ressaltou o protesto em forma de folia: “Como o carioca é um povo irreverente, mas nem por isso a gente deixa de fazer as nossas lutas, então a gente trouxe esse clima para cá também. Com bom humor, a gente consegue ter mais força e vitalidade para lutar”.

Para justificar a proposta de reforma, o governo federal alega que a Previdência registrou rombo de mais R$ 140 bilhões. Ricardo Quiroga, coordenador de imprensa do Sisejufe, diz que não é justo que essa conta recaia sobre o trabalhador. 

“O governo tira verbas da Previdência através da DRU. Existem bilhões de reais sonegados, inclusive pela Rede Globo e outras grandes empresas, por exemplo, que não são cobrados. Agora querem que o trabalhador pague essa conta?”, questionou. A Desvinculação das Receitas da União (DRU) é um dispositivo utilizado pelo governo, que retira 30% das receitas para serem utilizadas em outros fins. 

O servidor da Justiça Marcelo Costa Neves é mais um exemplo de como a reforma da Previdência irá prejudicar o trabalhador. Aos 49 anos de idade e com 34 de contribuição, ele está prestes a se aposentar pelas regras atuais, que exige idade mínima de 50 anos e 35 anos de contribuição. Caso a reforma seja aprovada, terá que trabalhar por pelo menos mais 15 anos para poder se aposentar recebendo 100% do benefício.