indústria naval

Desmonte avança: estaleiro do Rio Grande do Sul demite mais de 3 mil metalúrgicos

Em mais um episódio da paralisia do setor naval resultante da operação Lava Jato, empresa demite 71% dos funcionários do estaleiro Rio Grande

reprodução/TVT

‘É um desmonte. Estão acabando com o setor que faz o Brasil crescer, que movimenta o país’, diz sindicalista

São Paulo – A Ecovix anunciou ontem (12) a demissão de 3.200 metalúrgicos no pólo naval de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, que foram surpreendidos com a notícia quando chegavam para trabalhar. Eles representam 71% do quadro total de funcionários da empresa na cidade gaúcha. Apenas 300 trabalhadores foram mantidos.

A Ecovix pertence à Engevix, empreiteira denunciada e punida no âmbito da Lava Jato que está em recuperação judicial. O anúncio das demissões ocorre dias depois de o casco da plataforma P-68, encomendado pela Petrobras, ter sido encaminhado para um estaleiro no Espírito Santo, onde será finalizado.

Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Rio Grande, Sadi Machado, a empresa havia informado que demitiria mil funcionários. “Fomos dos últimos, na verdade, na área do setor naval que ainda não tinha passado por esse processo de demissões. Em Santa Catarina está tudo parado, Pernambuco teve 6 mil pessoas demitidas há 8 meses e no Rio de Janeiro, foram 4 mil há 4 meses, quando a Brascel fechou as portas”, diz Machado.

O sindicalista teme pelo impacto econômico das demissões na região, que já contava com cerca de 5 mil metalúrgicos desempregados. “É um desmonte. Estão acabando com o setor que faz o Brasil crescer, que movimenta o país.”

Como comparação, ele lembra que o pólo já chegou a contar com 24 mil trabalhadores. Em todo o Brasil, a Ecovix tinha cerca de 81 mil metalúrgicos, hoje reduzidos a 40 mil. “Só quero deixar registrado para todos os trabalhadores do Brasil: a gente perdeu a batalha, não a guerra. Podem esperar, vem luta aí na frente. Não vamos ficar de braços cruzados”, ressalta Machado, que afirma que os esforços agora são para que os direitos dos trabalhadores sejam cumpridos durante a rescisão.

Com informações do Sul21

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