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Mortes em incêndio no Brás podem configurar acidente de trabalho

Ministério Público e Ministério do Trabalho podem abrir inquéritos por acidente de trabalho e também por trabalho análogo ao escravo. Corpos seguiram hoje para o Instituto Médico Legal

Rovena Rosa/ABr

Incêndio, na manhã de ontem, matou dois homens e duas mulheres; corpos ainda não foram identificados

São Paulo – Auditores do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho (MPT) se reuniram na tarde de hoje (24) para discutir a condução do inquérito que vai apurar as causas e responsabilidades do incêndio que matou quatro pessoas ontem e deixou 24 feridos. Eles trabalham com a possibilidade de acidente de trabalho ou de exploração de mão de obra em condições análogas à escravidão num cortiço onde provavelmente funcionava uma oficina de costura.

Na região moram e trabalham muitos bolivianos, geralmente em oficinas de costura, muitas das quais prestadoras de serviços para grifes. O incêndio começou na madrugada desta quarta-feira em um cortiço no Brás, na região central de São Paulo. De acordo com a assessoria de imprensa do MPT, os auditores ainda não têm informações sobre a propriedade do empreendimento, tampouco se já esteve envolvido em casos de trabalho degradante. O texto do inquérito civil ainda não foi finalizado.

Hoje pela manhã, os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) Central, em São Paulo. De acordo com a Secretaria estadual da Segurança Pública, três das vítimas do incêndio morreram por asfixia e uma carbonizada.

No entanto, nenhum deles foi identificado. O IML aguarda familiares ou vizinhos para ajudar na identificação.