mobilização

Bancários fazem ‘black friday’ contra desmonte do BB

Funcionários vestem preto hoje (25) contra reestruturação no Banco do Brasil, que prevê o fechamento de 402 agências e o corte de 18 mil postos de trabalho

reprodução/twitter

Trabalhadores foram orientados a usar roupas pretas em protesto contra reestruturação do banco

São Paulo – Sindicatos de todo o país convocaram para hoje (25) uma mobilização de funcionários do Banco do Brasil (BB) contra a reestruturação anunciada no domingo (20) pela direção do banco. Trabalhadores foram orientados a vestir roupas pretas.

Temos que ir de preto contra este total desrespeito com os bancários, com o movimento sindical e com a população, afirmou o presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, Carlos Eduardo Bezerra. É black friday no BB, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira, fazendo um paralelo à data de hoje, marcada por liquidações no comércio, que vem sendo adotada no país nos últimos anos, sempre na última sexta-feira de novembro.

As novas providências preveem, de acordo com o Conselho de Administração do banco estatal, o fechamento de 402 agências, e rebaixamento de outras 379 para a condição de Posto de Atendimento Bancário (PAB). De acordo com os sindicalistas, as alterações anunciadas pelo governo Temer no banco estatal representam uma expressiva redução do quadro de funcionários, com a extinção de 18 mil dos 109 mil postos de trabalho. A empresa planeja lançar um Plano Extraordinário de Aposentadoria Incentivada (Peai) para estimular os desligamentos.

“Temos que organizar atos nacionais porque nossa mobilização pode impedir esse desmonte. Isso foi um total desrespeito com os bancários, com o movimento sindical, com a população. Reduzir o quadro de funcionários dessa forma e iniciar o desmonte de um banco público é prejudicar toda a sociedade. O BB responde por mais de 60% de todo o crédito agrícola”, completou Juvandia.

Em reunião entre representantes dos bancários e a diretoria do BB, terça-feira (22), os trabalhadores criticaram a reestruturação do banco público. “Deixamos claro que esse fechamento de agências, a redução de estrutura de unidades e a saída de pessoal, sem que haja reposição, irá precarizar o atendimento e piorar as condições de trabalho, o que pode provocar, inclusive, aumento de adoecimento de funcionários”, disse o diretor do sindicato de São Paulo João Fukunaga.

O governo Michel Temer (PMDB) ainda pretende promover alterações na Caixa Econômica Federal. De acordo com a assessoria do banco público, existe um estudo sobre como começar um plano de demissão voluntária (PDV), que pode levar ao corte de cerca de 10 mil empregados, resultando também em fechamento de agências. “A Caixa corresponde por mais de 60% do crédito imobiliário do país. Os bancos públicos foram fundamentais para que o Brasil enfrentasse a crise mundial porque podem ofertar crédito (a juros menores que os bancos privados) e com isso geram emprego e renda”, concluiu Juvandia.

Com informações do Sindicato dos Bancários de São Paulo


Leia também

Últimas notícias