Campanhas salariais

Metalúrgicos assinam acordo, químicos negociam e petroleiros avaliam greve

Segmentos que fecharam acordo obtêm reajuste pelo INPC. No setor químico, ainda não foi apresentada proposta, enquanto a FUP diz que oferta da Petrobras 'já nasceu morta'. Setor aéreo tem reunião

Marina Selerges/FEM-CUT

Luizão, da FEM-CUT: trabalhadores romperam lógica em que os patrões propunham retirada de direitos

São Paulo – Três categorias numerosas com data-base no segundo semestre têm negociações em andamento ou parcialmente concluídas. Hoje (26), a Federação Estadual dos Sindicatos de Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT) em São Paulo assina com as respectivas representações patronais as convenções coletivas com o Grupo 2 (máquinas e eletroeletrônicos) e com os setores de fundição e estamparia. Nos três casos, o acordo prevê reajuste de 9,62%, com base na variação do INPC em 12 meses, até a data-base (1º de setembro).

“É importante destacar que os trabalhadores romperam com a lógica que imperava no início da campanha, em que os patrões apresentavam pautas propondo a retirada de direitos. Não só mantivemos o que já tínhamos, como conquistamos alguns avanços”, afirma o presidente da FEM-CUT, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão. As negociações prosseguem com outros grupos. No caso do 8, segundo a federação, três dos sindicatos apresentaram propostas equivalentes à inflação.

Com data-base em 1º de novembro, os químicos nas bases da CUT e da Força Sindical no estado de São Paulo iniciaram negociações. A primeira rodada foi na semana passada. As campanhas envolvem aproximadamente 330 mil trabalhadores (180 mil na base da CUT e 150 mil na da Força).

A Fetquim, que reúne os seis sindicatos cutistas, reivindica 14% de reajuste salarial, entre inflação e aumento real, piso de R$ 2 mil e participação nos lucros ou resultados (PLR) equivalente a dois pisos reajustados, ou R$ 4 mil. Pela atual convenção coletiva, o piso é de R$ 1.354,41 nas empresas com até 49 funcionários e de R$ 1.388,39 naquelas com 50 empregados ou mais.

Já os petroleiros, até agora sem acordo com a Petrobras (data-base em 1º de setembro), avaliam uma possível greve, ainda sem data. A categoria está realizando assembleias que devem confirmar a rejeição da proposta feita no dia 19 (6% de reajuste). O calendário da Federação Única dos Petroleiros (FUP) inclui mobilização de 31 de outubro a 11 de novembro e um seminário nacional nos dias 7 e 8 do mês que vem.

A proposta “já nasceu morta”, diz o Conselho Deliberativo da FUP, que reúne os sindicatos filiados. “Além de sacrificar os trabalhadores com arrocho salarial e redução de direitos, a gestão Pedro Parente insiste em descumprir os acordos firmados com a categoria”, afirma a entidade.

Setor aéreo

A Federação Nacional dos Trabalhadores em Transportes da CUT (Fentac) volta a se reunir, amanhã (27), com o Snea, sindicato patronal, em nova rodada da campanha de aeroviários e aeronautas. Segundo a federação, as negociações envolvem 70 mil funcionários da aviação comercial. A data-base é 1º de dezembro.


Leia também

Últimas notícias