Greve?

Metrô eleva proposta, e trabalhadores fazem assembleia em São Paulo

Em audiência de conciliação, índice subiu para 10,03%, em duas parcelas. Metroviários avaliam se aceitam ou se fazem paralisação amanhã (1º)

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Audiência de conciliação no TRT-2 também contou com a presença do Sindicato dos Engenheiros

São Paulo – Os metroviários de São Paulo fazem assembleia ainda hoje (31), a partir das 18h30, para avaliar proposta de 10,03% de reajuste, em duas parcelas, feita durante audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), também com a presença do Sindicato dos Engenheiros. A empresa elevou a oferta, que era de 7,5% – o índice proposto agora corresponde à variação do IPC-Fipe nos 12 meses anteriores à data-base (1º de maio).

O reajuste seria pago em duas vezes, em maio e novembro, incidentes sobre o salário de abril. Esse índice também seria aplicado sobre os benefícios. O Sindicato dos Metroviários, que reivindicava aumento real (acima da inflação), quer o aumento em uma parcela. A entidade também pede reintegração de 37 demitidos na greve de 2014 e pagamento do Programa de Participação nos Resultados (PPR) de uma vez.

No caso de a greve ser aprovada, o desembargador Willy Santilli, do TRT, já havia concedido liminar determinando manutenção de 80% do efetivo em horários de pico e 60% nos demais. E fixou multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento.

Em carta aberta à população, o sindicato acusa o governo do estado de retirar dinheiro da companhia (R$ 1,1 bilhão) para garantir lucro à Linha 4-Amarela. “O governador ainda deixou de repassar verbas das gratuidades e fez investimentos com recursos próprios do metrô que chegam a meio bilhão”, diz a entidade.

Em 2015, segundo o relatório administrativo da companhia, o número de passageiros transportados em dias úteis foi de 3,8 milhões, em média. Nos fins de semana, chegou a 2,1 milhões. A estação mais movimentada é a Sé, que faz transferências entre as linhas 1-Azul e 3-Vermelha, com aproximadamente 600 mil passageiros por dia útil.

A companhia fechou 2015 com menor número de funcionários: 9.436, ante 9.612 no ano anterior. Do total, 4.511 estavam na operação (4.624 em 2014) e 2.806, na manutenção (2.879).

Durante uma das audiências no TRT, o sindicato voltou a sugerir a liberação de catracas no dia de greve, afirmando que nesse caso os funcionários aceitariam trabalhar. A empresa foi contra a proposta.