Resistência

CUT reitera que não aceitará negociar com governo ‘ilegítimo’ de Temer

Central diz em nota que pretende interferir nas propostas para proteger os trabalhadores, mas que 'isso não significa negociar com Temer'

Freitas e Nobre, da CUT, se reúnem Juruna, da Força, para discutir ações conjuntas de centrais, mas rejeitam Temer

São Paulo – A CUT reafirmou em nota divulgada hoje (21) que não reconhece a legitimidade de Michel Temer e que não aceitará negociar com o presidente interino uma possível reforma da Previdência. O comunicado visa a desmentir reportagens publicadas por O Estado de S. PauloFolha de S.Paulo. Segundo os jornais, a central estaria disposta a participar do grupo de trabalho articulado pelo governo, já integrado por Força Sindical, UGT, CSB e Nova Central. CUT e CTB não aceitaram fazer parte do grupo.

As reportagens mencionam depoimentos do secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna. “Combinamos com o governo que as quatro centrais fariam uma proposta mas achamos por bem que todas as centrais participem porque não é uma responsabilidade só nossa. O pessoal da CUT disse ‘nós topamos mas precisamos de um tempo para discutir com toda a direção'”, teria dito Juruna, depois de participar de almoço com Vagner Freitas e Sérgio Nobre, presidente e secretário-geral da CUT.

“A CUT não delega a dirigentes de outras centrais sindicais a autoridade de expressar sua posição, como está claro na matéria do Estadão. A posição da CUT, expressa pelo seu presidente Vagner Freitas, e pelo secretário-geral Sérgio Nobre, emana das instâncias da central e é clara: não vamos negociar com um governo fruto de um golpe institucional qualquer reforma da Previdência Social que retire direitos dos trabalhadores”, diz a nota, que reitera: “A CUT continuará discutindo com as demais centrais sindicais propostas de mobilização em defesa dos direitos trabalhistas e previdenciários ameaçados pelos planos do governo interino e ilegítimo de Temer.”

Leia a íntegra

Os jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo deste sábado, 21 de maio, publicaram matérias distorcidas que geraram dúvidas quanto à posição da CUT com relação à reforma da Previdência Social anunciada pelo ilegítimo governo golpista de Michel Temer.

O Estadão não teve dúvidas em cravar o título “CUT aceita conversar sobre reforma da Previdência”, apesar de termos deixado claro que tínhamos apenas nos posicionado com relação ao Fórum das Centrais Sindicais. A matéria afirma que a CUT vai negociar propostas de reforma da Previdência Social com Temer. Isso não é verdade.

A CUT não recuou em relação à negociação com o governo golpista e reitera que NÃO vai negociar com o vice-presidente Michel Temer nem com os ministros interinos retrocessos, tampouco retirada de direitos conquistados. Nós nunca afirmamos isso.

Em primeiro lugar, a CUT não delega a dirigentes de outras centrais sindicais a autoridade de expressar sua posição, como está claro na matéria do Estadão. A posição da CUT, expressa pelo seu presidente Vagner Freitas, e pelo secretário-geral Sérgio Nobre, emana das instâncias da central e é clara: não vamos negociar com um governo fruto de um golpe institucional qualquer reforma da Previdência Social que retire direitos dos trabalhadores.

Que fique claro para toda a sociedade brasileira: a CUT é contra o aumento da idade mínima para aposentadorias e considera esta proposta um ataque aos direitos dos trabalhadores, que é parte do golpe em curso. A CUT sempre alertou que o golpe era contra a classe trabalhadora.

A CUT continuará discutindo com as demais centrais sindicais propostas de mobilização em defesa dos direitos trabalhistas e previdenciários ameaçados pelos planos do governo interino e ilegítimo de Temer.

Em reunião com a Força Sindical e a UGT, realizada sexta-feira, dia 20, reafirmamos nosso compromisso com o Fórum das Centrais Sindicais, criado em 2010. Neste Fórum, debatemos os interesses da classe trabalhadora e levamos propostas para impedir retrocessos e retirada de direitos.

A CUT vai sim interferir nas propostas para proteger os trabalhadores. Isso não significa negociar com Temer. Isso significa que vamos cumprir o nosso papel de representantes da classe trabalhadora.

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