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Sindicatos discutem padronização de direitos trabalhistas na indústria global

Evento que teve início ontem (11), no ABC paulista, debate o fortalecimento do setor automobilístico, com respeito e observância da diginidade nas relações de trabalho

Reprodução/TVT

Para sindicalistas, a ameaça de impeachment de Dilma prejudica as relações comerciais entre os países do Mercosul

São Paulo – Representantes de sindicatos da Alemanha, México, Argentina e Brasil se reúnem até amanhã (13), em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, para discutir o fortalecimento global do setor automobilístico. O evento, que teve início ontem (11), tem como objetivo fazer um diagnóstico da conjuntura política e econômica dos países representados no encontro.

Em entrevista à repórter da TVT Vanessa Nakasato, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, afirma que o encontro busca fortalecer as representações de trabalhadores em nível internacional. O setor automotivo é forte no mundo todo e possui oportunidades para todos. Então, não precisamos nos dividir e tornar nossas condições de trabalho precárias para obter os investimentos. As multinacionais trabalham com essa meta. Elas desenvolvem condições favoráveis para elas mesmas em alguns países, com baixos salários, como fazem no México.”

Uma das preocupações dos sindicalistas é garantir que todos os trabalhadores tenham os mesmos direitos sociais e trabalhistas, independentemente do país onde a empresa estiver instalada. “Queremos definir condições de trabalho e direitos dos trabalhadores que sejam comuns mesmo em países diferentes. Tendo em vista a globalização da economia, os trabalhadores também devem globalizar as susa ações democráticas por melhores condições”, afirma Flavio Benites, representante do IG Metall, o sindicato nacional dos metalúrgicos alemães.

No seminário, o Dieese apresentou o estudo que aponta crescimento, entre 2002 e 2014, de 55% do setor automobilístico no Brasil, resultado de políticas de investimentos e incentivos fiscais adotados pelo governo federal durante o período. Só nas montadoras, o número de trabalhadores saltou de 70 mil para 120 mil. Mas no ano passado o setor parou de crescer. “Desde de 2015 vivemos um processo de demissão e redução da produção, que caiu em mais de 20%”, diz André Cardoso, economista do Dieese.

A situação política do Brasil preocupa os participantes do evento. Para eles, a ameaça de impeachmentda presidenta Dilma Rousseff prejudica as relações comerciais entre os países do Mercosul. “Essa história do impeachment afeta o setor. Por isso, estamos lutando para que o cenário seja resolvido até o próximo domingo, através da votação. Após isso, teremos uma janela de oportunidades que deve ser muito bem aproveitada pelo governo e pela sociedade para refortalecer o mercado interno”, afirma Rafael.

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