após paralisação

Acordo do setor aéreo fica aquém do esperado, mas teve avanços, diz sindicalista

Presidente da federação da categoria destaca abono e comissão paritária. E diz que a campanha deste ano deixa lições

Divulgação/TST

Parte dos sindicatos da categoria já aceitou a proposta, “considerada justa pelo Tribunal Superior do Trabalho”

São Paulo – O acordo com as empresas do setor aéreo ficou aquém do esperado, mas teve avanços, avalia o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac, filiada à CUT), Sergio Dias. “Alguns dos nossos sindicatos já têm a assembleia realizada e aceitaram a proposta. Essa proposta foi considerada justa pelo tribunal (Tribunal Superior do Trabalho), mas para nós fica um pouco aquém. Mas com as cláusulas compensatórias e o abono, a gente pode entender que houve um certo avanço”, afirmou, em entrevista hoje (19) à Rádio Brasil Atual.

A proposta conciliatória do TST, em audiência na quarta-feira (17), foi de reajuste de 11% em duas parcelas iguais, neste mês e em maio. Funcionários que ganham acima de R$ 10 mil receberão duas parcelas de R$ 550. No dia 3 deste mês, durante a campanha salarial, aeronautas (pilotos, copilotos e comissários de bordo) e aeroviários (manutenção e despacho) fizeram paralisação nacional durante duas horas, em diversos aeroportos do país.

“Precisamos ressaltar dois aspectos. Um é a postura conservadora do Tribunal Superior do Trabalho em relação à proposta”, diz Sergio Dias. “O segundo aspecto é uma autocrítica da própria categoria, que aprendeu que por mais que venhamos a fazer concessões, tem que ser respeitado o nosso período correspondente à data-base. Por mais tempo que tenhamos dado às empresas, para não prejudicar a população, isso nos prejudicou, já que o nosso período de data-base não foi reconhecido”, acrescentou.

Para o dirigente, a paralisação do dia 3 “valeu a pena”. “Houve um avanço. Conseguimos conquistar um reajuste de fato, além de uma possibilidade concreta, que é a formação da comissão paritária, na qual a gente consegue avançar em alguns aspectos de cláusulas sociais para compensar os dois meses que ficaram faltando em relação à data-base.”

O presidente da Fentac destaca outros pontos do acordo. “A partir de fevereiro, as empresas irão conceder 5,5%, conseguimos manter a antecipação da outra parcela para maio, antes a previsão era para junho. Em fevereiro, também haverá a concessão de um abono de 10% como um limite mínimo de R$ 300. Também tem a comissão paritária para discutir duas cláusulas dos aeronautas, e duas de aeroviários.”

Segundo ele, a campanha deste ano deixou lições. “Tiramos uma lição para a próxima campanha. Entraremos com muito cuidado para que não seja ultrapassado o período da data-base. Vamos estabelecer um limitador para o início de dezembro, para não ocorrer manifestações.”

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