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Supervisor que não aderiu à greve morre em refinaria da Petrobras

Funcionário sentiu-se mal e morreu hoje (6) pela manhã após sofrer infarto. Estatal convocou sindicatos para reunião de negociação na próxima segunda-feira

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Trabalhadores fizeram ato de lamento à morte do trabalhador

São Paulo – Um funcionário da Petrobras que não havia aderido à greve da categoria morreu hoje (6) de manhã, depois de sofrer um infarto no dia anterior na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária (PR), segundo informações da Federação Única dos Petroleiros (FUP). Ainda de acordo com a entidade, o supervisor de mecânica Pedro Alexandre Bagatin, de 48 anos, fazia parte da equipe de contingência da companhia na Repar. Segundo a Petrobras, ele não fazia parte da equipe.

No início da tarde, a FUP informou que a estatal convocou uma reunião para segunda-feira (9), a partir das 9h, na sede da companhia, no Rio de Janeiro. A intenção é discutir a chamada Pauta pelo Brasil, apresentada pelos petroleiros, que são contrários ao corte de investimentos previsto no Plano de Negócios e Gestão da empresa.

“A FUP e seus sindicatos lamentam o ocorrido e se solidarizam com a família do petroleiro. O movimento sindical tem denunciado desde o início da greve os riscos que os gestores da Petrobras vêm expondo os trabalhadores”, diz a federação, em nota, que fala em “irresponsabilidade” da empresa “ao tentar manter a produção a qualquer custo” durante a paralisação. Foi marcado um ato de protesto para domingo (8), diante da refinaria.

Em nota, a Petrobras lamentou a morte. “O empregado, que não fazia parte da equipe de contingência, esteve na refinaria ontem (5/11), por volta de 7h40, sentiu-se mal, procurou o setor médico e foi encaminhado preventivamente para o hospital Constantini, por volta de 10h40, onde foi diagnosticado o infarto. A Repar está prestando o apoio necessário à família”, informou a companhia.

A federação dos petroleiros diz ainda que buscou negociar um acordo com a empresa para cumprimento da Lei de Greve, “estabelecendo cotas de produção e efetivos mínimos para garantir as necessidades imediatas da população e a segurança dos trabalhadores e das comunidades vizinhas às refinarias, terminais, usinas e termelétricas”. E lembra que a Petrobras não compareceu à audiência marcada pelo Ministério Público do Trabalho, no último dia 29. “Os sindicatos continuam denunciando as condições inseguras de trabalho das equipes de contingência, que, em várias unidades, estão trabalhando há mais 72 horas”, diz a FUP.

A greve nas bases dos sindicatos filiados à FUP começou no último domingo (1º). Nos sindicatos da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), a paralisação teve início em 29 de outubro.


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