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Greve na Petrobras reduz produção, diz sindicato; conselheiro é preso

Movimento na base da FUP entrou no terceiro dia

fup/divulgação

Incidente na Bahia resultou na prisão do coordenador do Sindipetro local, Deyvid Bacelar

São Paulo – A greve na base dos sindicatos da Federação Única dos Petroleiros (FUP), iniciada no domingo (1º), afeta parcialmente a produção, segundo estimativas dos representantes da categoria. De acordo com o Sindipetro do Norte Fluminense, no Rio de Janeiro, por exemplo, a paralisação já atingiria 25% da produção diária. Mas, desde então, o número de plataformas atingidas pelo movimento na Bacia de Campos já subiu para 42. De acordo com o Sindipetro, 25 estavam completamente paradas, oito com redução parcial (de 20% a 97%) e nove estavam com equipes de contingência formadas pela Petrobras. A estatal ainda não se manifestou hoje (3) sobre a greve e possíveis impactos na produção.

A greve comandada pela FUP envolve os 14 sindicatos filiados. Na Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), com cinco entidades, a paralisação começou na última quinta-feira (29). A categoria pede melhores condições de saúde e segurança, mais investimentos e contratações, entre outros itens. “Estamos em greve pela intransigência da Petrobras e do governo de negociar a pauta dos trabalhadores”, afirma o coordenador da FUP, José Maria Rangel. “Não vamos aceitar nenhuma redução de direitos.”

Na madrugada de hoje, um incidente na Refinaria Landulpho Alves, na Bahia, resultou na prisão, entre outros, do coordenador do Sindipetro da Bahia, Deyvid Bacelar, representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobras. Para os petroleiros, houve abuso de poder. A FUP tem acusado a companhia de praticar atos antissindicais. Procurada, a empresa ainda não se manifestou.

A FNP também criticou a postura de chamar a polícia para impedir piquetes na sede da estatal, no centro do Rio de Janeiro. “Em reação à decisão da Petrobras, já a partir desta quarta-feira nós vamos acirrar ainda mais o movimento, inclusive com a ocupação de unidades de produção e refino, como já foi feito no passado”, declarou à Agência Brasil o secretário-geral da entidade e do Sindipetro do Rio, Emanuel Cancela.