trabalho degradante

Força-tarefa encontra 330 cortadores de cana da Unial em condição de escravidão

Em Mato Grosso, JBS terá de pagar R$ 1,5 milhão de indenização a trabalhadores por demissão em massa

Verena Glass/Repórter Brasil

Segundo o procurador do Trabalho Ilan Fonseca, a Unial tentou ocultar as provas de condições dos cortadores

São Paulo – Na Bahia, cerca de 330 cortadores de cana foram encontrados em condições análogas à escravidão. A descoberta foi feita por meio de uma força-tarefa do Ministério Público do Trabalho (MPT) na fazenda da empresa União Industrial Açucareira (Unial) localizada no município de Lajedão.

Segundo o procurador do Trabalho Ilan Fonseca, a Unial tentou ocultar as provas das condições dos trabalhadores. “Os trabalhadores não tinham equipamentos de proteção, não dispunham de sanitários nem de qualquer proteção contra o sol ou chuva nos locais de corte de cana. Além disso, o alojamento apresentava condições precárias de higiene, principalmente em relação à água usada, armazenada em um tanque com plantas e restos de produtos químicos.”

A empresa é reincidente no MPT. A Unial é processada por terceirização ilícita, trabalho infantil, alto índice de doenças ocupacionais e violações à Norma Regulamentadora nº 31 (NR-31), que estabelece medidas de saúde e de prevenção de acidentes.

JBS

Cerca de 800 funcionários que trabalhavam no frigorífico da JBS em São José dos Quatro Marcos (MT) começaram a receber as indenizações por dispensa em massa. O montante a ser liberado é de aproximadamente R$ 1,5 milhão, sendo R$ 2,7 mil por empregado. Além da indenização, o valor inclui R$ 520 de cesta básica. A determinação é Vara do Trabalho de Mirassol D’Oeste.

Em maio, o frigorifico foi fechado por falta de gado para abate. A dispensa deu origem a duas ações civis públicas, movidas pelo MPT-MT e pelo sindicato da categoria.

Com informações do MPT


Leia também

Últimas notícias