Rio Grande do Sul

Servidores fazem ‘barulhaço’ de oito minutos contra oito meses de governo Sartori

Diversos sindicatos se reuniram em frente ao Palácio Piratini para ato contra parcelamento dos salários

Caroline Ferraz/Sul21

“Nós nunca tínhamos tido uma adesão como essa”, afirma Arnoud, presidente da Fessergs

Sul 21 – Representantes de diversos sindicatos de servidores públicos realizaram hoje (2) um “barulhaço” durante oito minutos em frente ao Palácio Piratini para protestar contra o parcelamento dos salários do funcionalismo e contra as políticas de ajuste do governador José Ivo Sartori (PMDB).

Após o término das badaladas da Catedral Metropolitana para marcar o meio-dia, os manifestantes passaram oito minutos soprando apitos, tocando buzinas e outros instrumentos para demonstrar a insatisfação com o governo.

“São oito minutos de ‘barulhaço’ representando um minuto por cada mês de desgoverno que nós tivemos até agora”, disse Sérgio Arnoud, presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos do Estado do Rio Grande do Sul (Fessergs). Arnoud explica que, simultaneamente com o ato de Porto Alegre, foram realizadas diversas manifestações no interior do estado e em outros locais da capital.

Participaram do “barulhaço” representantes da Fessergs, do Sindicato dos Técnicos-Científicos do Rio Grande do Sul (Sintergs), do Sindicato dos Servidores Públicos do RS (Sindsepe), do Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas e de Fundações Estaduais do Rio Grande do Sul (Semapi), do Centro dos Professores do RS (Cpers), do Sindicato dos servidores do Daer (Sisdaer), da Associação dos Servidores do Quadro dos Técnicos Científicos do RS (Asters), da Associação dos Fiscais Estaduais Agropecuários do RS (Afagro), entre outros.

Extensão da greve

Para o presidente da Fessergs, a paralisação unificada dos servidores estaduais, que está em seu terceiro dia, tem tido uma “intensa adesão”. “Nós nunca tínhamos tido uma adesão como essa da Brigada Militar, que está participando à sua maneira de uma atividade conjunta dos servidores gaúchos”, disse Arnoud, salientando que a paralisação é maior entre professores, profissionais da saúde, agentes penitenciários e policiais civis.

Questionado sobre a possibilidade de estender a greve para além de amanhã, último dia previsto originalmente, Arnoud disse que as entidades representativas do sindicalismo estão avaliando a questão. “Existe a possibilidade sim. Nós vamos decidir de maneira unificada”, afirmou.

Já para Augustin, do Sindsepe, “tudo indica” que haverá continuidade da greve. “Uma parcela grande dos servidores não tem dinheiro nem para a passagem, nem para a comida”, afirmou. “Nós estamos estudando inclusive um fundo de greve para garantir a sobrevivência de milhares de servidores”, salientou.

Para esta quinta, os sindicatos estão organizando uma grande mobilização dentro e fora da Assembleia Legislativa em razão de audiências públicas que ocorrerão na casa.

Às 9h, será realizada a discussão sobre o Plano Plurianual (PPA) do governo, o qual, na avaliação dos servidores, ataca o funcionalismo público. “O Plano Plurianual orienta os gastos públicos de 2016 até 2019 e, nesse PPA, as questões básicas do serviço público não estão contempladas. É uma forma de destruição do estado para privatizar o serviço público”, avaliou Augustin.

Às 11h15, outra audiência será realizada para debater o Projeto de Lei Complementar 206 (PLC 206), a chamada Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual. Segundo Augustin, se aprovado, o PLC 206 irá criar grandes barreiras para nomeações, promoções e reajustes salariais para o funcionalismo.

“Isso fará com que o próprio serviço público fique de pior qualidade, com menos servidores para atender às necessidades da população”, disse o representante do Sindsepe. “Um conjunto de serviços não será prestado por causa dessa política de insanidade do governo Sartori de tentar destruir com o serviço público.”

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