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Brigada Militar entra em confronto com servidores em Porto Alegre

Militares avançaram contra servidores que se concentravam em frente à Assembleia; Casa vota hoje aumento do ICMS e ampliação do limite dos saques de depósitos judiciais

Caroline Ferraz/Sul21

Brigada Militar avançou sobre os manifestantes com cassetetes e spray retirando-os da frente da Assembleia

Sul 21Avanço da Brigada Militar sobre servidores, cassetetes e spray de pimenta, além da detenção de três manifestantes, marcaram a manhã hoje (22) em Porto Alegre, em frente à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, que vota nesta tarde o aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e a ampliação do limite dos saques dos depósitos judiciais de 85% para 95%. Os projetos de extinção das fundações de Pesquisa e Produção em Saúde (Fepps) e de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul (Fundergs) não deverão ser votadas hoje, já que o governo pediu a retirada do regime de urgência das duas propostas que trancavam a pauta. O público poderá acompanhar a sessão das galerias e do Teatro Dante Barone.

No início da manhã, os servidores começaram a se concentrar em frente à Assembleia com apitos, cartazes e narizes de palhaço. A coordenação do movimento unificado aguardava na chuva para uma reunião com deputados da oposição para tratar do acesso ao plenário. Gradis separavam manifestantes do prédio Legislativo, protegido no início da manhã por dez policiais – que horas depois já eram mais de 50. Os sindicalistas reclamavam que a liminar concedida na noite de ontem pelo TJ, garantindo a entrada da população no prédio, não estava sendo cumprida. Por volta das 10h, as lideranças sindicais foram liberadas para entrar e participar da reunião com deputados petistas.

Enquanto estavam reunidos no interior do Legislativo, ocorreu a primeira confusão. Manifestantes que estavam na Praça da Matriz derrubaram os gradis e avançaram em direção ao prédio. Rapidamente aumentou o cordão de policiais, que isolou a entrada no Legislativo. Alguns chegaram até o vidro e batiam exigindo o cumprimento da liminar do TJ e lembrando que a Casa é do povo. “Entra, entra”, gritavam os manifestantes, além de frases como: “Tu aí fardado também é parcelado”, “I,i,i, o Sartori vai caí”.

Depois de se reunir com os deputados petistas, a coordenação se juntou a outros parlamentares e ao presidente da Assembleia, Edson Brum (PMDB), para tratar do acesso das pessoas à sessão. Os sindicalistas pediam a liberação do Dante Barone, que o presidente prometeu responder mais tarde. As lideranças reclamaram mais uma vez da restrição dos servidores ao Legislativo. Enquanto os servidores deixavam  o encontro e a imprensa aguardava a reunião de líderes, a polícia, sob o olhar do comandante-geral da BM, Alfeu Freitas Moreira, avançou sobre os manifestantes com cassetetes e spray retirando-os da frente da Assembleia e os empurrando para a Praça da Matriz. Com isso, a polícia remontou a barreira. Foi um momento de muita confusão e tensão. Algumas pessoas passaram mal devido ao spray de pimenta. Três manifestantes foram detidos, algemados e pelo menos um deles teria sido agredido.

Quando souberam da confusão, as lideranças desceram rápido e ficaram do lado interno da Casa, já que ninguém podia sair. “Estão batendo no colega, alguém do sindicato vai”, pediu um deles, referindo-se a policiais que retiraram um manifestante para um lado. Um advogado do Psol acompanhou os manifestantes que foram levados por duas viaturas. Lideranças sindicais reprovaram a conduta da BM. Com o clima um pouco menos tenso, a coordenação voltou a se reunir com o presidente da Assembleia e ficou definido que cem servidores poderiam acompanhar as votações das galerias, além de 40 pessoas que representam entidades também contra o aumento de impostos. Outras 140 ocupam as galerias representando os favoráveis ao projeto. Já o Dante receberá mais 200 servidores.

Devido uma liminar obtida por ex-dirigentes do Cpers, o lugar poderá ser ocupado, mas, segundo Brum, a metade do público teria de ser a favor e a outra, contra. Como não há mais manifestantes a favor do aumento, uma parte do Dante ficará vazia.

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