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Metalúrgicos da Mercedes aprovam negociar adesão ao PPE

Cerca de 1,5 mil trabalhadores reunidos na manhã deste sábado (15) autorizam sindicato a discutir com direção da empresa adoção ao programa que reduz jornada e salários para evitar demissões

Edu Guimarães / SMABC

Assembleia aprova por unanimidade proposta para reduzir o custo da empresa e dar estabilidade ao trabalhador

São Paulo –  Reunidos em assembleia na manhã de hoje (15), 1,5 mil trabalhadores da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo aprovaram por unanimidade a autorização para que o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC negocie a adesão ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) com a empresa. Eles também manifestaram a disposição de lutar contra qualquer cenário que inclua demissões na fábrica.

O diretor do sindicato Sérgio Nobre, também secretário-geral da CUT, que conduziu o encontro, detalhou a todos como a empresa tem se posicionado até o momento e consultou os trabalhadores sobre os encaminhamentos a serem adotados.

“A Mercedes nos comunicou que fará demissões a partir de 1º de setembro e que a alternativa para que isso não acontecesse era recuperar a proposta de acordo anterior, que foi rejeitada pelos trabalhadores. Deixamos claro que isso não é possível. A decisão já tomada tem de ser respeitada. Qualquer negociação a partir de agora tem de ser feita em outras bases. No nosso entendimento, o PPE não foi rejeitado, até porque ele não existia. O programa é uma alternativa de negociação, se vocês nos autorizarem vamos procurar a empresa”, destacou.

Sérgio Nobre também reforçou que a posição do sindicato é de que a adesão ao PPE é suficiente para resolver a situação vivida pela empresa neste momento de queda na produção. “O programa permite reduzir a jornada em até 30%, com redução de salário, sendo metade dessa redução financiada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Ele reduz o custo para a empresa e dá estabilidade ao trabalhador. Estamos certos de que ele é suficiente, a empresa tem dito que não. Se a empresa insistir em demissões, seja em qual cenário for, nós vamos fazer toda luta possível, o que for preciso. Não vamos aceitar essas demissões.”

Após a aprovação, o dirigente disse que já na segunda-feira (17) vai procurar a empresa para comunicar a decisão dos trabalhadores e tentar reabrir as negociações.