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Bradesco e HSBC garantem a sindicalistas que não haverá demissões em massa

'Os dois bancos reiteram a disposição de diálogo com o movimento sindical', afirma presidenta do sindicato de São Paulo, Juvandia Moreira. Aquisição aumenta concentração bancária no país

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Sindicatos vão recolher assinaturas em todo o país para reagir a uma eventual situação de corte em massa

São Paulo – Representantes dos sindicatos dos Bancários de São Paulo e de Curitiba, da federação da categoria no Paraná (Fetec-CUT) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) reuniram-se hoje (4) com a direção do Bradesco e do HSBC para garantir a manutenção dos empregos e direitos dos trabalhadores, após aquisição do banco inglês.

“Os dois bancos afirmam que não haverá demissão em massa e reiteram a disposição de diálogo com o movimento sindical. Até que saia a aprovação da venda, que pode durar seis meses, a gestão será do HSBC e o compromisso dos dois bancos é manter a transparência com os sindicatos e os trabalhadores”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira.

“A reunião nos tranquiliza porque eles garantiram que não haverá demissão em massa, mas vamos ficar atentos e acompanhando os desligamentos dos dois bancos. O banco também afirmou que o Bradesco, entre os interessados pela compra do HSBC, é o que apresenta maior complementariedade em relação a produtos, serviços e rede de agências, gerando menos atritos”, afirmou o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten.

Os sindicatos iniciaram um processo de recolhimento de assinaturas em todo o país para reagir a uma eventual situação de demissão em massa. O objetivo é chamar a atenção dos órgãos reguladores, governo federal e congressistas para a ameaça aos mais de 20.165 trabalhadores do banco britânico no Brasil.  Em dezembro de 2014, o banco tinha 853 agências bancárias no país.

O setor bancário brasileiro já vive um oligopólio. Em 2014, os seis maiores bancos (Banco do Brasil, Itaú-Unibanco, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC) passaram a concentrar 82,5% do ativo do sistema. Em 1999, esse mesmo índice era de 59%. Com relação às operações de crédito, observa-se a mesma tendência: enquanto em 1999 os seis maiores bancos possuíam pouco mais de 60% do total de operações de crédito do setor, em 2014 essa participação chegou a 84%.

Os cinco maiores bancos, antes da aquisição, concentravam 80% dos ativos, 84% do crédito, 87% dos depósitos à vista, 95% dos depósitos de poupança e 87% das agências. Depois da aquisição do HSBC, concentram 83% dos ativos, 86% do crédito, 92% dos depósitos à vista, 96% da poupança e 91% das agências.

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