Divergência

‘Ele pode disputar comigo em 2017’, diz Paulinho sobre dirigente da Força

Presidente licenciado e deputado critica secretário-geral da central, que sugeriu sua saída do comando, depois de evento que teve manifestações de apoio a Eduardo Cunha. Força defende Paulinho

Antônio Cruz/Agência Brasil/Deputadopaulinho.com.br

Paulinho (esq), que recebeu apoio de presidente em exercício da Força, chamou Juruna para a disputa

São Paulo – Presidente licenciado da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SD-SP), reagiu mal a texto do secretário-geral da central, João Carlos Gonçalves, o Juruna, que criticou evento realizado na última sexta-feira (21) em São Paulo e sugeriu a saída definitiva de Paulinho do comando da entidade. “O Juruna pode disputar comigo em 2017 (quando haverá novo congresso da Força). Vamos ver quem sai”, afirmou o presidente licenciado.

Segundo Juruna, o encontro da Força, realizado no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, causou constrangimento pelo apoio explícito ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que na véspera havia sido denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, como parte das investigações da Operação Lava Jato. “Os gritos de guerra a favor de Cunha, ouvidos no ato, configuraram uma ação deslocada e sem sentido no atual contexto”, escreveu Juruna, dizendo que “milhares de sindicalistas” filiados à central foram pegos de surpresa, causando “grande constrangimento” interno.

“A Força é pluralista. Todos (os dirigentes que estiveram no ato de sexta) falaram do trabalho que Eduardo Cunha faz no Congresso”, reagiu Paulinho. Para o deputado, as acusações contra o presidente da Câmara “são muito frágeis” e configuram “uma perseguição do Palácio do Planalto”.

O presidente licenciado disse considerar Juruna “um petista dentro da Força, um petista do Gilberto Carvalho”, em referência ao ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República. Juruna é filiado ao PDT, ao qual o próprio Paulinho já foi vinculado, antes de criar o SD.

Opinião pessoal

Paulinho e Juruna são originários do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo – o secretário-geral da Força é vice-presidente da entidade. O presidente em exercício da central, Miguel Torres, dirige também o sindicato. Foi de lá que saiu o fundador e primeiro presidente da Força, Luiz Antônio de Medeiros.

A central divulgou nota em que afirma que a manifestação de Juruna “diz respeito a uma opinião extremamente pessoal do secretário-geral”. No documento, assinado por Miguel Torres, a entidade lembra já ter recebido “políticos das mais diversas tendências e partidos”, como o ex-ministro José Dirceu, os ex-presidentes da Câmara Severino Cavalcanti, Marco Maia e Aldo Rebelo, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e vários ministros. “A visita do então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, faz parte do processo democrático que visa a fortalecer o diálogo com todas as instâncias públicas”, afirma.

Destacamos que o atual presidente da Câmara tem atuado de forma transparente, e se mostrado sensível à pauta de interesse dos trabalhadores. E isso se refletiu na forma carinhosa com que militantes e sindicalistas receberam Eduardo Cunha na última sexta-feira, ocasião em que sindicalistas do PDT, do PSDB e do SD, entre outros, fizeram uso da palavra em defesa de Cunha”, acrescenta a nota. “Também queremos destacar o trabalho voltado à defesa dos trabalhadores realizado pelo deputado federal Paulinho da Força, que é uma referência no Congresso em matérias de interesse da classe trabalhadora”, diz ainda Miguel. “Reafirmamos que não há racha na Força Sindical. Continuamos, como sempre, unidos na defesa dos interesses dos trabalhadores.”

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