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Bancários iniciam campanha salarial por reajuste de 16%

Categoria também quer PLR de três salários mais R$ 7.246,82 de parcela fixa adicional, além de 14º salário. Pauta será entregue dia 11

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Mais de 630 delegados, que representam trabalhadores de bancos públicos e privados de todo o país, definiram pauta

São Paulo – Os bancários definiram hoje (2), no encerramento da 17ª conferência nacional, a pauta de reivindicações a ser entregue à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) no próximo dia 11. Entre os itens principais estão reajuste de 16%, incluindo reposição da inflação mais aumento real de 5,7%, piso com base no salário mínimo do Dieese (R$ 3.299,66) e participação nos lucros ou resultados (PLR) de três salários mais R$ 7.246,82 de parcela fixa adicional, além de 14º salário.

Os trabalhadores também vão exigir a valorização dos vales refeição e alimentação no valor de um salário mínimo (R$ 788), manutenção do emprego com melhores condições de trabalho e o fim das metas  abusivas.

Da pauta também constam temas gerais como a reforma política, democratização dos meios de comunicação e combate a terceirização e precarização das condições de trabalho.

No final da conferência, que começou na sexta-feira (31), os bancários também aprovaram moções, entre elas uma moção de repúdio ao ataque à sede do Instituto Lula e demais ataques aos movimentos sindical e social.

“O lucro líquido dos cinco maiores bancos atuantes no Brasil, nos três primeiros meses do ano, atingiu a marca de R$ 16,3 bilhões, com crescimento de 21,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso significa que mesmo com os outros setores crescendo pouco ou se retraindo, os bancos continuam com excelentes resultados. Nada mais justo que os trabalhadores, principais responsáveis por esses lucros, recebam sua parte. Um setor cujo lucro cresce mais de 20% somente no trimestre não pode dar 5,7% de aumento real aos seus trabalhadores, garantir os empregos e melhorar suas condições de trabalho?”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, Juvandia Moreira.

Segundo ela, a defesa do emprego é uma das prioridades da campanha deste ano. “Tivemos, somente no primeiro semestre deste ano, o fechamento de 2,7 mil postos de trabalho nos cinco maiores bancos do país. Além da rotatividade, o setor também segue contratando o trabalhador com salario em média 58% menor. Você acha justificável que um setor que lucra mais de R$ 16 bi no trimestre demita milhares de trabalhadores para reduzir custos?”, questiona Juvandia. “Também vemos com preocupação a venda do HSBC. Temos hoje mais de 20 mil trabalhadores em todo o país e milhões de clientes e é como eles que o banco precisa se comprometer. Nenhum processo de venda pode causar prejuízo à sociedade brasileira.”

Os bancários, com data-base em 1º de setembro, negociam anualmente o contrato coletivo de trabalho (CCT), que envolve cerca de 500 mil trabalhadores no país.

Com informações do Sindicato dos Bancários de São Paulo