Metalúrgicos da Mercedes protestam contra demissão de 500 trabalhadores
Representante da comissão dos funcionários da montadora aponta alternativa aos cortes, com o Programa de Proteção ao Emprego
Publicado 02/06/2015 - 12h29
São Paulo – A fábrica da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, demitiu ontem (1º) 500 trabalhadores que estavam em lay-off (suspensão dos contratos). O anúncio dos cortes já havia sido feito pela empresa no último dia 25. A montadora informou ainda o início de férias coletivas de 15 dias para cerca de 7 mil trabalhadores. Hoje, 300 deles protestaram contra as demissões diante de uma concessionária no bairro de Moema, na zona sul da capital paulista.
O coordenador do comitê sindical da Mercedes, Ângelo Máximo de Oliveira Pinho, contou, em entrevista à Rádio Brasil Atual hoje (2) pela manhã, que muitos trabalhadores nem sequer foram notificados e ficaram sabendo do ocorrido pela imprensa.
Max comenta a expectativa em torno do Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que determina a redução da jornada de trabalho em 30%, e redução dos salários em 15%, com a diferença subsidiada pelo governo e pela empresa. “A expectativa nossa é que, ainda nessa semana, o governo anuncie esse programa.”
Inspirado em bem sucedidas práticas adotadas em fábricas na Alemanha, o PPE é mais eficiente que o lay-off, segundo Max, pois mantém o vínculo do trabalhador, que permanece na ativa, garantindo assim seus rendimentos e evitando demissões.
O representante da comissão dos trabalhadores da Mercedes diz que a empresa “a todo momento, levanta questões” quanto à aplicabilidade do plano, se seria suficiente e qual a forma de financiamento do programa.
Max afirmou que os trabalhadores se reuniram hoje para definir os rumos da mobilização contra as demissões.
Ouça a entrevista completa para a Rádio Brasil Atual: