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Trabalhadores da CPTM aceitam proposta com reajuste de 8,25%

Índice é retroativo a março e será aplicado também em verbas de vales alimentação e refeição, auxílio-creche e PPR. Em outubro, haverá novo reajuste de 3,4% no VA e de 1,6% no VR

CPTM

Categoria transporta cerca de 3,5 milhões de passageiros todos os dias na região metropolitana de São Paulo

São Paulo – Em assembleias encerradas na noite de hoje (11), os ferroviários paulistas organizados pelos sindicatos da Central do Brasil (linhas 11-Coral e 12-Safira), de São Paulo (linhas 10-Turquesa e 7-Rubi) e da Zona Sorocabana (linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda) aceitaram a proposta de reajuste salarial apresentada pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), durante reunião no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região. A greve agendada para amanhã foi descartada e os trabalhadores encerraram a campanha salarial deste ano.

Após três horas de reunião, o resultado foi uma proposta de 8,25% de reajuste – 6,65% referente à inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe, acrescido de 1,5% de aumento real – e em todos os benefícios: vales alimentação e refeição, auxílio-creche e programa de participação nos resultados (PPR). Em outubro, haverá novo reajuste de 3,4% no VA e de 1,6% no VR.

Assim, os trabalhadores terão imediatamente o aumento da PPR mínima de R$ 3.548 para R$ 3840,71, no VR de R$ 600 para R$ 649,50 e no VA de R$ 247 para R$ 267,38. O auxílio-creche vai ser aumentado de R$ 263,91 para R$ 285,68. A correção é retroativa a março, data-base da categoria. Em outubro, os valores dos benefícios de alimentação e refeição passam para R$ 276,50 e R$ 660, respectivamente.

Durante a campanha, os trabalhadores chegaram a pedir 9,29% de reajuste e equiparação dos benefícios aos pagos ao Metrô, mas consideraram que o valor, embora não seja o ideal, era o possível em um cenário que o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) alega, repetidamente, passar por problemas financeiros. As contas do governo estadual fecharam no vermelho nos últimos quatro anos.

Para conseguir chegar aos valores propostos hoje, a categoria vem negociando com o governo paulista há quase três meses. Foram várias rodadas de negociação, sendo seis reuniões mediadas pelo TRT-2. E uma paralisação parcial, realizada na semana passada.

Ainda há uma pendência a ser resolvida: A proposta da CPTM de condicionar o pagamento de Participação nos Resultados (PR) ao cumprimento de metas, consideradas “inatingíveis” pelos trabalhadores. A companhia estabeleceu as metas para este ano em um debate interno, apenas no conselho administrativo da empresa. A entrega da estação Poá e do pátio Varginha, e a instalação de cabines seccionadoras nas estações Grajaú e Pinheiros eram algumas delas.

“Essas metas não têm como ser atingidas. Não tem nem orçamento para essa obra ainda. São coisas inatingíveis e que não dependem dos trabalhadores”, afirmou o presidente do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, Eluiz Alves de Matos. “Por que colocar metas que são inatingíveis? Aceitamos metas que tenham desafio, que a gente pode correr atrás e conseguir”, completou. Esse debate foi encaminhado para o núcleo de mediação do TRT, que vai prosseguir com a negociação.