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Metalúrgicos seguem na expectativa do Plano de Proteção ao Emprego

Na Mercedes-Benz, cerca de 500 funcionários foram demitidos após o 'lay-off'; Ford suspendeu produção de caminhões no ABC paulista nesta semana

Adonis Guerra/SMAbc

Trabalhadores da Mercedes acampam em frente à fábrica do ABC contra 500 demissões

São Paulo – Em meio à crise do setor automobilístico, o Plano de Proteção ao Emprego (PPE) é a solução que as centrais sindicais encontram para evitar demissões. Essa foi a análise do diretor de Organização do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Nogueira da Silva, o Bigodinho, em entrevista à Rádio Brasil Atual, hoje (24).

“Essa é mais uma ferramenta que criou uma expectativa muito grande, é uma pauta importante que o sindicato está discutindo com o governo. Porque o PPE dá mais flexibilidade ainda”, diz o sindicalista. “O plano criou uma expectativa com os trabalhadores, é uma pauta importante das centrais sindicais que está bem consolidada. Esperamos que o governo se sensibilize e venha de fato a anunciar o PPE.”

Atualmente, o setor está em crise, e diversas empresas colocam centenas de trabalhadores em lay-off, isto é, a suspensão do contrato de trabalho de dois a cinco meses, para dar mais fôlego às montadoras, que buscam a recuperação.

Nesta semana, a Ford suspendeu a produção de caminhões na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. A empresa colocou 200 trabalhadores em lay-off e 900 em banco de horas. Para o diretor do sindicato, as medidas são importantes neste momento de crise. “O sindicato vem acompanhando de perto o passo a passo, do que pode ser feito para atravessar esse momento. Então, estamos usando todas as ferramentas possíveis para evitar demissões. É um movimento importante do sindicato, mas as partes também precisam agir para dar uma mexida no setor.”

Entretanto, a Mercedes-Benz, também em São Bernardo, demitiu 500 funcionários. Segundo Bigodinho, o sindicato busca reverter a decisão da montadora e mantém um acampamento em frente à fábrica. “Vamos insistir com aqueles trabalhadores para chamar a atenção da sociedade. Tínhamos um bom diálogo com a empresa para tentar resolver os problemas internos, para não chegar às demissões e, mesmo assim, ela não ouviu o sindicato e demitiu os trabalhadores. É uma forma de protestarmos, e não deixar que isso aconteça nas outras. Ela foi muito dura com os trabalhadores”, critica.

Ouça a entrevista completa à Rádio Brasil Atual.

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