Greve

Apeoesp: ‘Movimento dos professores tem fôlego e muito o que enfrentar’

Segundo presidente do sindicato, Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, governo de São Paulo continua sem oferecer nenhuma contraproposta à categoria, em greve há 38 dias

Roberto Parizotti/CUT/Fotos Públicas

Próxima assembleia está marcada para a próxima sexta (22), às 14h, no vão livre do Masp

São Paulo – A presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, vê com ceticismo a possibilidade de uma posição “maleável” do secretário de Educação do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), Herman Voorwald, na reunião agendada para a próxima quinta-feira (23) com a diretoria da entidade. “Esperar a gente espera (uma postura mais flexível do governo), mas seria bom que já existisse negociação. Acontece que até agora eles não têm contraproposta nenhuma. A menos que mudem da água para o vinho”, diz.

Segundo a sindicalista, não há perspectivas que indiquem a reunião com o secretário como decisiva, diante da insistência do governo em negar as reivindicações. “Se ele rebater que não deve nada, que a categoria não tem defasagem salarial, vamos continuar a greve. O movimento tem fôlego e tem muito o que enfrentar”, afirma Bebel.

A Apeoesp calcula a adesão à greve em 70%, enquanto a secretaria diz que o índice de comparecimento dos professores em salas de aula foi de 93% durante a semana passada.

De acordo com a sindicalista, a greve da categoria, que completa 38 dias hoje (21), é um movimento por reivindicações mais amplas do que a aplicação da chamada meta 17, do Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê a equiparação do salário dos professores com os de outros profissionais com nível superior. Para isso, a Apeoesp calcula que o índice deve ser de 75,33%.

Bebel diz que objetivo da greve não é especificamente a meta 17, embora esse seja um dos principais pontos. “Esse é o ponto de partida. Existe também a superlotação e as condições de trabalho.”

Alckmin tem dito que a categoria teve 45% de reajuste, contra uma inflação de 24% nos últimos quatro anos. A sindicalista corrige a conta do governador. Segundo ela, o reajuste na verdade foi de 26%. “Nos 45%, Alckmin inclui gratificações incorporadas, que não devem entrar na conta”, diz.

Antes do encontro com o secretário do governo, a categoria terá uma audiência pública na Assembleia Legislativa para discutir as reivindicações, às 14h desta quarta-feira (22), no Plenário Juscelino Kubitschek.

A próxima assembleia dos professores estaduais de São Paulo está marcada para sexta-feira (24), às 14h, no vão livre do Masp. De acordo com a Apeoesp, a assembleia da última sexta-feira (17) teve a participação de 60 mil professores, que aprovaram o calendário de mobilizações para esta semana.

Calendário de mobilizações

Quarta-feira (22)

Caravana a Brasília para atos contra o PL 4.330
Manhã – reuniões dos comandos de greve regionais
Tarde – Audiência publica no plenário Juscelino Kubitschek, Alesp

Quinta-feira (23)

7h – fechamento das principais rodovias estratégicas no estado
11h – vigília na Praça da República, durante a reunião da Apeoesp com o secretário da Educação
Tarde – assembleias regionais

Sexta-feira (24)

Assembleia estadual, às 14h, no vão livre do Masp (avenida Paulista)