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GM anuncia programa de demissões voluntárias em São José e São Caetano

Montadora não informa meta para o programa e abre adesões até a próxima terça-feira (9). Nas duas unidades há centenas de empregados com contrato de trabalho suspenso (lay-off)

Fabio Gonzalez/GM/divulgação

Na GM de São José dos Campos são montados a picape S10 e o utilitário esportivo Trailblazer

São Paulo – A General Motors do Brasil anunciou hoje (3) a abertura de um programa de demissões voluntárias (PDV) nas unidades de São José dos Campos, no interior paulista, e de São Caetano do Sul, na região do ABC. O programa, que termina no próximo dia 10, não tem meta estabelecida. A montadora norte-americana tem 5.300 funcionários em São José e 11 mil em São Caetano.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, critica o programa. No entanto, não está previsto nenhum tipo de mobilização na fábrica até o momento. A entidade, ligada à CSP-Conlutas, encara o PDV como demissão e o avalia como medida desnecessária. “Ao contrário, a planta precisa de novos investimentos para ampliar a produção e criar empregos, como foi acordado anteriormente entre a General Motors e o sindicato”, disse Macapá.

Para o dirigente, as montadoras estão utilizando o atual momento econômico do país para fechar postos de trabalho, apesar dos benefícios fiscais recebidos nos últimos anos do governo federal. “O sindicato defende que a presidenta Dilma Rousseff assine uma medida provisória garantindo estabilidade no emprego para os trabalhadores de empresas beneficiadas com isenções fiscais.”

Macapá também cobra da presidenta medida que reduza a jornada de trabalho para 36 horas semanais sem redução de salários e direitos, proíba a remessa de lucros para o exterior e determine a nacionalização ou estatização das empresas que demitirem em massa.

Na unidade de São José, 798 trabalhadores estão com o contrato de trabalho suspenso (lay-off) desde 15 de setembro do ano passado. Na próxima segunda-feira (9), o sindicato fará assembleia com esses funcionários, cujo lay-off está se encerrando.

Na unidade de São Caetano, 950 empregados ficam em lay-off até 15 de abril. Segundo o presidente do sindicato local, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, o PDV sinaliza “para a crise que já está instalada no país”. A entidade, ligada à Força Sindical, não prevê mobilização contra o voluntariado na GM.

Eleição

O sindicato de São José tem eleição para nova diretoria nos próximos dias 24 e 25. Além de Macapá, que concorre à reeleição, há uma segunda chapa, apoiada por CUT e CTB, liderada por Agnaldo Rodolfo dos Santos. Existem aproximadamente mil empresas na base, sendo a Embraer a maior, com aproximadamente 13 mil funcionários.