indignados

Curitiba: professores em greve fazem passeata antes de reunião com Richa

Categoria protesta contra a aprovação, pela cúpula do TCE paranaense, de pagar auxílio-moradia para eles mesmos

© Ricardo Gozzi

Professores paranaenses em luta por condições dignas de trabalho e contra desmandos do poder público

Curitiba – Professores paranaenses em greve aproveitaram o adiamento de uma reunião com representantes do governo originalmente prevista para a manhã de hoje (20) para realizar uma passeata pacífica até o prédio do Tribunal de Contas do Estado (TCE), situado a apenas algumas centenas de metros do acampamento permanente dos grevistas em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico de Curitiba.

A passeata foi motivada pela decisão, tomada ontem pelo TCE, de autorizar o pagamento mensal de auxílio-moradia aos 20 conselheiros, auditores e procuradores do organismo. Cada um deles receberá mensalmente uma adição de R$ 4.377,74 nos próprios vencimentos sem que seja preciso prestar contas sobre o uso do dinheiro. Estima-se que a decisão em causa própria dos conselheiros custará aos já combalidos cofres públicos paranaenses pouco mais de R$ 1 milhão por ano. Além disso, a maioria dos beneficiados possui casa própria e reside em Curitiba.

Recentemente, o mesmo TCE deu parecer contrário ao pagamento do auxílio-transporte dos professores estaduais (R$ 360 mensais para professores com carga horária de 20 aulas semanais e R$ 720 para docentes com 40 aulas na semana). Em janeiro, o auxílio-transporte pago aos professores foi rotulado de “excrescência” por Mauro Ricardo Costa, novo secretário das Fazenda do governador tucano Beto Richa e ex-secretário das Finanças de Gilberto Kassab na prefeitura de São Paulo.

Procurada pela reportagem da RBA, a Secretaria da Fazenda do Paraná informou que não deve haver pronunciamento oficial sobre a decisão do TCE por parte de Costa em respeito à “independência dos poderes”.

Na passeata de hoje, aos gritos de “vergonha”, “devolve” e “tribunal de faz-de-contas”, os manifestantes foram aplaudidos por funcionários do próprio TCE que assistiam das janelas do edifício à manifestação e não gozam os mesmos privilégios dos conselheiros, auditores e procuradores do órgão. “Tem que vir aqui na quinta”, gritou da janela uma servidora do Tribunal, em menção ao único dia da semana no qual se reúne o pleno do organismo.

Apesar da indignação dos professores com a decisão do TCE, a passeata prosseguiu pacificamente e a Polícia Militar destacou um modesto contingente, que limitou-se a organizar o trânsito e a acompanhar de longe a movimentação dos mais de mil professores presentes.

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