Caminhoneiros defendem redução de tributos sobre o diesel
Governo, empresários e representantes dos caminhoneiros reúnem-se nesta tarde para negociar a pauta de reivindicações do setor
Publicado 25/02/2015 - 15h27
Segundo Abcam, tributos que incidem sobre diesel representam elevação de 70% nos custos do combustível
Em meio a 99 interdições em rodovias federais brasileiras, conforme balanço divulgado hoje (25) pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), governo, empresários e representantes dos caminhoneiros reúnem-se nesta tarde para negociar a pauta de reivindicações do setor.
O presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), José da Fonseca, informou que os tributos que incidem sobre o diesel representam elevação de 70% nos custos do combustível. Ele acrescentou que não há possibilidade de solução para a crise sem a redução desse percentual.
Fonseca lembrou que os maiores impactos sobre o diesel são provocados pelo Programa de Integração Social (PIS) e pela Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Confins).
A principal queixa dos manifestantes são os recentes aumentos dos combustíveis, em especial do óleo diesel, mais usado para o transporte de cargas. O aumento de R$ 0,15 por litro do diesel e de R$ 0,22 por litro da gasolina, fixado no início do ano para garantir o aumento do superávit primário do governo, foi repassado ao consumidor em 1º de fevereiro.
Segundo a entidade, ligada à Confederação Nacional do Transporte (CNT), o novo valor representa aumento de 5,75% no preço do diesel comum e de 5,43% no preço do diesel S-10.
“Há muito tempo estamos alertando o governo sobre a situação do transporte rodoviário. Entregamos reivindicações, por meio das quais informamos que, se não mexerem nos penduricalhos do óleo diesel, baixando ou retirando tributos que incidem sobre ele, a situação sairia de controle. Como eles não mexeram para garantir mais R$ 12 bilhões em arrecadação, deu no que deu”, explicou.
“Agora vai fazer o quê? Tabelar o frete? Se fizerem isso, será o fim”, afirmou José da Fonseca.
Dirigentes de sindicatos de caminhoneiros, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL) e lideranças de caminhoneiros autônomos de várias regiões do país estão em Brasília para uma reunião, no Ministério dos Transportes, com autoridades do governo.
Segundo representantes da CNTTL, a proposta é discutir uma pauta encaminhada pelos caminhoneiros no fim do ano passado, após o encontro nacional dos transportadores autônomos, promovido pela entidade em novembro.