São Bernardo (SP) – A greve dos trabalhadores na unidade da Volkswagen em São Bernardo permanece pelo oitavo dia sem retorno da montadora sobre a reversão das 800 demissões anunciadas em dezembro. Os representantes da empresa e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC retomaram as negociações sobre as demissões na tarde desta terça-feira (13), mas nenhuma sinalização em benefício dos funcionários foi anunciada.

De acordo com o secretário-geral do sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, a segunda rodada de negociação com a empresa acontece nesta quarta-feira (14), às 15h, e a expectativa é que a diretoria tenha analisado melhor as propostas dos trabalhadores. “Para qualquer conversa sobre custo da fábrica e parâmetros dos acordos feitos anteriormente é necessário começar a dialogar o problema das demissões”, disse.

Na manhã desta terça-feira (13) o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, esteve em Brasília para entregar as reivindicações da entidade ao governo federal. O documento foi entregue ao ministro-chefe da Secretaria-geral da Presidência da República, Miguel Rossetto. Conforme afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT), Paulo Cayres, a pauta servirá para acelerar as discussões. “Com o ministério do nosso lado, em benefício aos trabalhadores, ganhamos mais força durante a luta contra as demissões”, comentou.

Protesto

Após a manifestação de segunda-feira (12) na via Anchieta, que reuniu mais de 20 mil pessoas, a empresa procurou o sindicato para retomar o diálogo. A greve na Volks foi iniciada na última terça-feira (6), data de retorno dos trabalhadores das férias coletivas, em protesto contra as demissões.

Em nota, nesta terça (13), a empresa informou que por estar “sempre aberta ao diálogo e na busca de uma solução balanceada, a companhia confirma que retomou nessa terça-feira as reuniões com a entidade que representa os trabalhadores com vistas a estabelecer condições para um futuro sólido e sustentável para a unidade Anchieta”.

Os 800 trabalhadores demitidos souberam da decisão da montadora por meio de telegramas recebidos às vésperas do final do ano passado. A correspondência, que começou a ser enviada em 30 de dezembro, orientava os trabalhadores a não retornar aos seus postos de trabalho após o fim das férias.