Sem acordo

Trabalhadores em empresas aéreas confirmam paralisação; TST faz audiência

Aeronautas e aeroviários reivindicam 8,5% de reajuste, enquanto companhias oferecem 6,5%. Tribunal tentará conciliação na sexta-feira

Claudia Fonseca/SNA

Trabalhadores em campanha salarial realizam ato no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro

São Paulo – Representantes de aeronautas e aeroviários na base da CUT ratificaram há pouco a paralisação de uma hora, das 6h às 7h, amanhã (22) pela manhã. Entre os principais aeroportos atingidos estão os de Guarulhos, Congonhas e Viracopos (SP), Santos Dumont e Galeão (RJ), Confins (MG), Juscelino Kubitschek (DF), Salgado Filho (RS) e Gilberto Freyre (PE). O movimento decorre do impasse nas negociações referentes à campanha salarial. O Tribunal Superior do Trabalho (TST), que em liminar determinou manutenção de 80% dos serviços, marcou audiência de conciliação para sexta-feira (23), às 14h.

Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac) da CUT, a paralisação envolve 70 mil trabalhadores, sendo 52 mil aeroviários (pessoal de terra) e 18 mil aeronautas (pessoal de voo). A base abrange sindicatos nacionais das duas categorias e sindicatos de aeroviários de Campinas, Guarulhos, Porto Alegre e Recife.

Depois de sete reuniões, não houve acordo. Os representantes dos trabalhadores reduziram sua reivindicação para 8,5% de reajuste salarial, índice que seria aplicado também nos benefícios, como vales refeição e alimentação. As empresas propõem 6,5% nos salários e 8% nos benefícios. Os sindicalistas querem ainda melhores condições de trabalho, citando a criação de um piso para agente de check-in (aeroviários) e escalas que evitem fadiga e garantam a segurança nos voos.

Os sindicatos têm assembleias marcadas para amanhã à tarde, para decidir se retomam o movimento na sexta-feira. “Esperamos que as aéreas atendam às reivindicações dos trabalhadores na aviação, que estão insatisfeitos com essa atual situação”, diz o presidente da Fentac, Sérgio Dias.

A TAM divulgou nota em que afirma estar “empenhada em oferecer o melhor atendimento e minimizar eventuais impactos gerados pela decisão de aeronautas e aeroviários de realizarem paralisações”. A empresa orienta os passageiros a adotar medidas preventivas, “como realizarem check-in antecipado pela internet ou por aplicativo e chegar aos aeroportos com pelo menos uma hora de antecedência em relação ao seu voo doméstico”. Informa ainda que passageiros com voo marcado durante o horário previsto para a paralisação podem remarcar os bilhetes.