Conciliação

Trabalhadores de empresas aéreas vão avaliar proposta de 7% na terça-feira

Para benefícios, aumento seria de 8,5%. Presidente do TST disse que se trata de um 'fantástico acordo' e elogiou a disposição de empresas e trabalhadores. Proposta depende de aprovação em assembleias

São Paulo – Depois de mais cinco horas e meia de reunião, sendo quatro e meia de forma reservada e separada, o acordo entre empresas aéreas e trabalhadores ficou praticamente fechado, dependendo da aprovação em assembleias. Segundo proposta formulada às 19h40 pelo presidente em exercício do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra Martins Filho, a categoria terá reajuste salarial de 7%, retroativo à data-base (1º de dezembro) – a inflação acumulada no período é de 6,33%, pelo INPC-IBGE. O vale-alimentação das duas categorias terá aumento de 8,5%, assim como o vale-refeição de aeroviários e as diárias de aeronautas. A proposta será levada para assembleias de trabalhadores na terça-feira (27).

Também deverão ser compostos grupos de estudo para discutir questões específicas dos aeronautas – como folgas, escalas de madrugada, sobreaviso, horas de solo, limites de horas e diárias internacionais – e dos aeroviários, especialmente a criação de um piso para agentes de check-in. As atuais cláusulas são mantidas, e as companhias devem se comprometer a não fazer nenhuma retaliação contra trabalhadores que participaram da paralisação de ontem (22) – que poderá ser compensada, mas não descontada.

“Estamos aqui com um fantástico acordo, graças ao elevado espírito público dos representantes de empresas aéreas, de aeronautas e de aeroviários”, elogiou o ministro. “Toda a negociação foi feita no maior nível”, acrescentou Gandra, justificando a demora no acordo – a reunião foi suspensa por mais de quatro horas – pela necessidade de realizar várias rodadas de negociação em separado a fim de conseguir um acordo “palatável”, que pudesse ser aprovado por todos. Segundo sua avaliação, a proposta apresentada “atende parcialmente às expectativas dos trabalhadores e está dentro das possibilidades das empresas”.

Durante a audiência, os aeronautas destacaram o desgaste do pessoal de bordo e as condições de trabalho. “Nossa jornada chega a 12 horas de trabalho”, afirmou o diretor jurídico do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Marcelo Ceriotti. Eles querem a implementação da legislação internacional relativa a repousos e descansos. Diretor da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da CUT (Fentac) e presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos, Orisson de Souza Melo abordou a necessidade de discutir um piso salarial para os agentes de check-in.