Solidariedade

CUT apoia metroviários e pede ao estado empenho em negociação

O presidente da central, Vagner Freitas, emite nota de apoio aos grevistas e procura aliados de Alckmin para pedir mais responsabilidade em negociações ao governo de São Paulo

Paulo Iannoni/Sindicato dos Metroviários

Problemas enfrentados pelos metroviários refletem na qualidade do transporte em São Paulo

São Paulo – A CUT manifestou hoje (6) solidariedade aos trabalhadores do Metrô de São Paulo, em greve desde ontem. Em nota, o presidente da central, Vagner Freitas, afirma que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) precisa agir com “responsabilidade, tanto na condução da negociação com os representantes do Sindicato dos Metroviários, que não é filiado a nenhuma central sindical, quanto com a população da cidade”. A direção do sindicato é majoritariamente ligada à CSP-Conlutas, tradicional adversária dos cutistas.

“Estão em questão direitos legítimos dos trabalhadores a se organizar e lutar por salários e condições dignas de trabalho e também o direito da população a um sistema de transporte mais decente. Nada disso será contemplado se o governo não investir mais e melhor”, disse Freitas, à RBA.

Freitas procurou também o deputado estadual Davi Zaia (PPS),  ex-sindicalista e ex-secretário estadual do Trabalho e de Gestão Pública, pedindo que interceda junto ao governador para que tenha uma conduta mais propositiva nas negociações, e que pare de recorrer a práticas antissindicaiss, como coagir funcionários a não aderir ao movimento e ordenar ações violentas de repressão por parte da Polícia Militar.

Segundo o dirigente, com várias categorias fechando acordos com reajustes iguais ou acima dos 10%, pressionar os metroviários a aceitar um acordo inferior é um gesto “perverso”, que visa a jogar a população contra os funcionários. A CUT afirmou ainda que enviará representante para acompanhar a assembleia da categoria prevista para hoje.

A CTB também havia divulgado nota de apoio à greve dos metroviários (e dos agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego, que foi suspensa após um dia). “Já é publico e notório o desrespeito do governo do PSDB com o funcionalismo público e sua política privatista que não prioriza a destinação de investimentos para serviços essenciais. Atitude que tem provocado várias greves e o desmonte do estado”, diz a central.

Leia a íntegra da nota da CUT.

Todo apoio à greve dos Metroviários de São Paulo

A CUT – Central Única dos Trabalhadores é solidária à greve dos/as trabalhadores/as do Metrô de São Paulo e também à população que utiliza o transporte coletivo. Todos nós defendemos um transporte público de qualidade com trabalhadores/as dignamente remunerados.

A CUT entende que o governador de São Paulo-SP, Geraldo Alckmin, precisa agir com mais responsabilidade, tanto na condução da negociação com os representantes do Sindicato dos Metroviários, que não é filiado a nenhuma central sindical,  quanto com a população da cidade. Quatro milhões de pessoas estão sendo prejudicadas pela inabilidade do governo na negociação com a categoria.

As reivindicações são justas, do ponto de vista econômico e social. É uma greve reivindicatória por melhores condições de trabalho e salário para os/as metroviários/as, que só foi deflagrada, como último recurso, porque não houve um processo de negociação democrático satisfatório entre as partes. 

Foi com greves como essa que os/as companheiros/as rodoviários/as e os professores municipais de São Paulo conquistaram reajustes salariais acima de 10%.

A CUT repudia veementemente a violência policial ao movimento grevista dos metroviários de São Paulo. Polícia tem de proteger o cidadão, o trabalhador e a trabalhadora. Não foi isso que a Tropa de Choque fez hoje. Para a CUT, o governador tem o dever de abrir negociações sérias com a categoria. A greve é um direito legítimo conquistado pelos/as trabalhadores/a e não pode ser repremida com força policial e a solução tem de ser negociada.

A CUT se coloca à disposição, tanto para a direção do Sindicato como para o governo do Estado de SP e, principalmente, para os/as metroviários/as de São Paulo, para contribuir na solução desse conflito.