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Metroviários de São Paulo ameaçam parar no dia 5 de junho

Decisão será tomada após audiência de conciliação no TRT, na véspera da possível paralisação

Serviço Noticioso/Futura Press

Para os sindicalistas, a proximidade com a Copa do Mundo cria uma “oportunidade” histórica para a categoria

São Paulo –  Os metroviários de São Paulo decidiram na noite desta terça-feira (27) entrar em greve em 5 de junho, quinta-feira da semana que vem, caso o Metrô não apresente uma proposta considerada  satisfatória em audiência de conciliação marcada para a véspera no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Com data-base em 1º de maio, a categoria reivindica reajuste salarial de 35%, plano de carreira, participação nos lucros igualitária e aumento de 30% no adicional de periculosidade para agentes de estação. Hoje, a empresa, que inicialmente havia falado em 5,2%, sinalizou com aumento de 7,8%, proposta inferior à sugerida ontem pelo TRT, de 9,5%.

A proposta de greve foi aprovada por unanimidade em assembleia realizada na sede da entidade, no Tatuapé, zona leste da capital. Houve divergência apenas em relação à data. Um grupo queria uma paralisação de 24 horas na sexta-feira (30) e greve por tempo indeterminado a partir do dia 2, mas a proposta foi derrotada. A maioria decidiu esperar o resultado da conciliação. Parte da categoria também queria a liberação de catracas no dia 4, mas a proposta também foi rejeitada.

A ideia é que a data escolhida não deixe margem para crítica a uma possível falta de diálogo dos trabalhadores. Para os sindicalistas, a proximidade com a Copa do Mundo cria uma “oportunidade” histórica para a categoria. Segundo o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, a conjuntura é de “levante dos trabalhadores” e é fundamental que a categoria vá para o “enfrentamento”, como os motoristas de São Paulo e os garis do Rio de Janeiro.

Mas o presidente do sindicato afirmou que, caso a greve seja desencadeada e o governo do estado sinalize a não penalização dos trabalhadores, em vez de paralisação do serviço pode ocorrer a liberação das catracas. “Se o governo do estado estiver de fato preocupado com a população e estiver interessado em mais um tempo para negociar, nós topamos.”

Altino explica que o reajuste pedido leva em consideraçao as perdas acumuladas pela categoria, por isso estão acima da inflação. No entanto, ele diz que os trabalhadores aceitam negociar, desde que o aumento fique na casa de dois dígitos. “Até por uma questão simbólica”, afirmou. Os rodoviários de São Paulo conseguiram 10% e ainda assim realizaram uma paralisação na semana passada.

“Em todo o mundo, quando tem um evento grande, os trabalhadores começam a olhar para o lado e ver que tem dinheiro para várias coisas. Por que não tem dinheiro para as categorias? Nós achamos que transporte é prioriade e isso não significa só mais maquinário”, afirmou Altino.

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