Segurança Pública

Após saques e violência, PM e Bombeiros encerram greve em Recife

Força Nacional e Exército estão nas ruas da capital pernambucana. Saques e assaltos assustaram moradores em vários municípios nos últimos dias. Policiais haviam cruzado os braços desde terça-feira

Guga Matos/JC Imagem/Folhapress

Homens do Exército e da Força Nacional foram convocados para atuar no lugar da PM

Brasília – Pessoas assustadas, escolas e comércio fechados e tanques de guerra nas ruas foram o cenário de Recife ao longo de hoje (15), diante da intensificação da onda de assaltos, saques e violência na cidade e municípios da Região Metropolitana nos últimos dias. A confusão se deu por conta da paralisação de policiais militares e bombeiros, considerada ilegal há mais de 24 horas pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Só depois de mais um dia de violência chegou ao fim a greve, em uma assembleia marcada por tensão.

Na assembléia, foi votada a volta ao trabalho em caráter imediato e abertura de um canal de negociação com o governo, além de envio à Assembleia Legislativa de Pernambuco de um plano de cargos e carreiras para a categoria e incorporação de percentual por risco de vida ao salário. A proposta deverá ser votada até 30 de julho, segundo acordo firmado com o governo.

O governo estadual pediu o apoio do Exército e da Força Nacional de Segurança na última quarta-feira e, há pouco, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (que se encontra em Recife), afirmou que as tropas continuarão fazendo o policiamento das ruas até o retorno dos PMs ao trabalho.

A paralisação dos policiais militares foi iniciada na noite de terça-feira (13) e mantida durante toda a quarta-feira, após reunião entre líderes do governo e representantes da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Os PMS reivindicavam, conforme declarações do representante da categoria, soldado Joel Maurino, reajuste de 50% do salário-base, além de aumento do vale-refeição e estruturação do Plano de Cargos e Carreiras (PCC) da corporação.

O governo estadual, de acordo com informações do secretário da Casa Civil, Luciano Vasquez, propôs reajuste de 14,55% no contracheque de junho, equivalente à quarta parcela acordada em acerto entre governo e categoria, há quatro anos. O primeiro aumento foi em 2011, de 14%; enquanto a segunda e a terceira parcelas foram de 10%, em 2012 e 2013. Os reajustes têm sido concedidos sempre no mês de junho de cada ano.

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decretou a ilegalidade da greve e estabeleceu multa para a categoria de R$ 100 mil por dia de paralisação, com ordem para que os policiais militares voltem ao trabalho imediatamente. Durante a tarde, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Pernambuco pediu reforço a unidades da PRF em outros Estados. A PRF foi a primeira força de proteção a atuar contra os tumultos decorrentes da greve, que tiveram início no município de Abreu e Lima, no Grande Recife.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Recife, Eduardo Catão, aconselhou todos os comerciantes a fecharem as suas portas. “Nós não temos o que fazer. O melhor é baixar as portas, porque não daremos uma de heróis, não dá para trabalhar nessa situação e as pessoas têm que defender sua integridade física. Mesmo quem decidir ficar de portas abertas não vai vender nada, porque a população não está saindo para comprar”, declarou.

* Com informações do G1, Diário de Pernambuco e Jornal do Commercio

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