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Policiais federais suspendem atividades e não descartam greve durante a Copa

Em São Paulo e Rio de Janeiro, manifestações estão programadas para a próxima sexta-feira

Fenapef

Em Foz do Iguaçu (PR), policiais protestam com mãos vermelhas pelas vítimas da má gestão da segurança pública

São Paulo – Policiais federais paralisaram atividades hoje (23) em quase todos os estados – com exceção de São Paulo e Rio de Janeiro – e não descartam a possibilidade de entrar em greve durante a Copa do Mundo, segundo a Fenapef, federação nacional da categoria. Os servidores fazem manifestações desde o segundo semestre do ano passado, criticando o que chamam de “sucateamento” da estrutura da PF. Entre as principais reivindicações de agentes, escrivães e papiloscopistas, está a determinação, em lei, das atribuições dos policiais. A Fenapef afirma que nos estados onde ocorre a paralisação estão mantidos os serviços de atendimento à população, como emissão de passaportes. São Paulo e Rio de Janeiro organizam protestos para a próxima sexta-feira (25).

Os policiais, que também reclamam do efetivo insuficiente do órgão, acreditam que com a função de escolta para as seleções vai comprometer ainda mais as atividades da instituição. “O que teremos na copa serão áreas desfalcadas de policiais, com a migração de trabalhadores que estão fazendo trabalho no Acre, Roraima, Rondônia, por exemplo, para as cidades-sede. Entendemos que as delegações esportivas mereceriam segurança privada por parte da Fifa, porque isso não é função do Estado, nem do Exército e de nenhuma das policias”, diz o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindpol-DF), Flávio Werneck.

“Não é um desprestigio fazer a segurança das delegações. Se estiver no rol de atividades da Polícia Federal, nós iremos cumprir, mas queremos que seja encaminhado algum projeto de lei que defina as atribuições dos policiais”, acrescenta o presidente daFenapef, Jones Borges Leal. Segundo a entidade, atualmente existem cerca de 10 mil policiais federais no Brasil, enquanto o mínimo deveria ser de 30 mil servidores.

Os sindicalistas afirmam que a categoria está sem aumento salarial há sete anos e que em negociações anteriores com representantes dos ministérios do Planejamento e da Justiça e da Secretária-Geral da Presidência, a proposta do governo inclui reajuste de 15,8% e fixação de prazo de 180 dias para criar um grupo de trabalho responsável por discutir as questões referentes às atribuições em lei.

“Eles insistem em um reajuste que não vai resolver os nossos problemas. Já apresentamos propostas diferentes, com um rol de atribuições gerais e uma ideia de reestruturação para a parte administrativa. Sinalizamos inclusive a possibilidade de qualquer efeito financeiro ficar para 2016, mas não aceitaram”, afirma vice-presidente da Fenapef, Luiz Boudens. “Poderíamos abrir mão dessa solução para um período imediato e aceitaríamos o prazo de 90 dias para a criação desse grupo, mas as negociações não evoluem”, completa Werneck.

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