São Bernardo – Os fabricantes de veículos adotam medidas para ajustar a produção às quedas de vendas de carros, caminhões e ônibus registradas no primeiro trimestre de 2014. No ABC paulista, todas as montadoras colocaram o pé no freio das linhas de montagem. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC negocia com as indústrias a adoção de férias coletivas, licenças remuneradas e redução na jornada de trabalho para evitar as demissões.

Dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos nesta semana revelam declínio no desempenho do setor automotivo. No acumulado de 2014, as vendas de caminhões e ônibus atingiram 38.350 unidades, queda de 10% sobre as 42.802 unidades de igual período de 2013.

Com isso, a Mercedes-Benz adotou a jornada reduzida para parte dos trabalhadores da linha de montagem desde o final de fevereiro e negocia com o sindicato uma alternativa, como a licença remunerada. Scania e Ford também assumiram medidas para reduzir a produção. Os programas de demissão voluntária não são descartados.

“Negociamos a adoção de férias coletivas, licença remunerada e menor jornada de trabalho atreladas ao banco de horas para evitar as demissões. Este é um período de ajuste na produção e por isso precisamos preservar os empregos. Estamos  vivenciando uma onda pessimista de crescimento do país e isso influencia no desempenho do setor”, afirmou Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

A perspectiva de retomada de vendas do setor de caminhões e ônibus esta ligada à mudança ocorrida nesta semana pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social na linha de crédito especial ao setor. O Finame PSI, a principal linha de financiamento, passará por mudanças em relação ao tempo de liberação do dinheiro. “Um dos problemas é a demora na aprovação do financiamento. A mudança reduzirá o tempo de aprovação do crédito dos atuais 45 a 50 dias para perto de 30 dias”, afirmou Marques.

Carros

A General Motors adotará férias coletivas a 6 mil trabalhadores de São Caetano entre os próximos dias 14 e 27. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, toda a linha de produção ficará parada. O setor de carros também diminuiu as vendas no primeiro trimestre, principalmente devidos às novas exigências de itens de segurança que encareceram levemente os veículos. Prevendo esse reajuste, boa parte dos interessados em adquirir carros  zero anteciparam as compras no ano passado.