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Municípios não cumprem meta federal para resíduos sólidos

Marcos Antonio de Lima: “Precisamos mais uma vez o que o poder público acredite na gente” São Paulo – A meta federal que estipulava que todos os municípios brasileiros entregassem o […]

Marcos Antonio de Lima: “Precisamos mais uma vez o que o poder público acredite na gente”

São Paulo – A meta federal que estipulava que todos os municípios brasileiros entregassem o seu Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos até agosto de 2012 foi alcançada por apenas 9% dos munícipios brasileiros. Segundo o professor de engenharia ambiental Carlos Henrique Andrade de Oliveira, da Universidade Metodista de São Paulo, atribui o atraso ao fato de a maioria dos municípios não ter a gestão de lixo estruturada como política pública municipal. “É falta de planejamento”, afirmou, em entrevista à TVT.

De acordo com Oliveira, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabelece responsabilidades tanto no setor público como no setor privado, que também não tem cumprido sua parte. “Todo material descartável gerado por uma indústria deve ser reciclado pela própria empresa, mas isso não é cumprido”, observa ele, o que torna a atuação dos catadores de recicláveis é fundamental.

A PNRS prevê a extinção, até o final deste ano, dos aterros sanitários e lixões. O Movimento Nacional de Catadores de Material Reciclável (MNCR) quer garantir a participação de todos os trabalhadores na meta. E apresentou ao governo federal o programa Reciclagem Popular, que reforça a atuação da categoria e reivindica mais investimentos públicos na cadeia produtiva da reciclagem, de modo a melhorar a qualificação e a remuneração da atividade.

Estima-se que atuem no Brasil 800 mil catadores de materiais recicláveis, dos quais pouco mais de 10% (85 mil) estão organizados em cooperativas ou em associações ligadas ao MNCR. A Cooperativa Central de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis do Grande ABC (Coopcent_ABC) tornou-se referência no país por realizar cursos de capacitação, participar de licitações e cobrar políticas públicas para os trabalhadores. “Estamos nos profissionalizando para parar com esse mito de dizer que catador não é capaz”, diz catadora Maria Monica da Silva, da Coopcent.

Assista à reportagem da TVT: