Negociação

Químicos do estado de São Paulo recebem proposta de reajuste salarial de 7,5%

Trabalhadores na base da CUT mantêm estado de greve até as próximas assembleias, que ocorrem de 8 a 10 de novembro. Sindicatos da Força devem aprovar proposta até o dia 11

Sindicato dos Químicos do ABC

Sindicatos da CUT, que farão assembleias até o dia 10, podem fazer manifestação por outros itens da pauta

São Paulo – As empresas do setor químico no estado de São Paulo apresentaram hoje (31) proposta de 7,5% de reajuste salarial aos trabalhadores nas bases da CUT e da Força Sindical, em um total aproximado de 300 mil funcionários. A categoria tem data base em 1º de novembro. Segundo sindicalistas, o índice pode representar aumento real em torno de dois pontos percentuais, dependendo do resultado da inflação de outubro. Até setembro, o INPC-IBGE acumulado em 12 meses está em 5,69% – e a estimativa do dirigente é de que chega a 5,52%.

Nos sindicatos filiados à Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico (Fetquim, da CUT), os trabalhadores mantém estado de greve até as próximas assembleias, que ocorrem de 8 a 10 de novembro. A proposta inclui pagamento de participação nos lucros ou resultados (PLR) de R$ 850 e piso salarial de R$ 1.135,67 (reajuste de 8%) para empresas com até 50 funcionários. Já em locais com 51 ou mais trabalhadores, o piso iria de R$ 1.159,49 (aumento de 12,1%) e a PLR somaria R$ 930.

O coordenador-geral do Sindicato dos Químicos e Plásticos de São Paulo, Osvaldo Bezerra, o Pipoka, recebeu bem a proposta. Ele argumenta que, considerando a tendência de queda da inflação nos últimos meses, os 7,5% podem representar mais em termos reais do que os 8% pagos a outras categorias neste segundo semestre.

Os trabalhadores reivindicam reajuste de 13% – reposição da inflação e aumento real – piso salarial de R$ 1.550 e PLR de R$ 2.860. A pauta inclui ainda redução de jornada para 40 horas semanais, sábados e domingos livres, extensão da licença-maternidade para 180 dias, cesta básica gratuita e nanotecnologia.

“Sabemos que as empresas contam cada vez mais com a aplicação de novas tecnologias e assim ganham com a redução de mão de obra. Falta um pouco de boa vontade dos patrões para negociar esses itens, e pode surgir alguma paralisação de 24 horas para tentar avançar nessas questões”, afirmou Pipoka. “Podemos ampliar a pressão por um aumento real maior e pelo atendimento de pautas específicas em cada local de trabalho”, acrescentou o presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo Lage.

A Fetquim representa cerca de 180 mil trabalhadores dos setores de cosmético, químico, plásticos, material de limpeza, entre outros, de São Paulo, região do ABC, Campinas, Osasco, Vinhedo, Jundiaí e São José dos Campos.

Força

No caso da Fequimfar (Força), cuja base tem 120 mil trabalhadores representados por 33 sindicatos, as assembleias serão realizadas até o dia 11.  “Este ano sentimos que há uma estratégia empresarial e uma resistência maior em avançar no aumento real, e a negociação está no limite. A tendência será de aprovação da proposta nas assembleias”, afirma o presidente da entidade, Sérgio Luiz Leite, o Serginho.