Greve perto do fim

Petrobras eleva proposta de reajuste, e petroleiros começam a voltar ao trabalho

Índice foi a 8,56% sobre remuneração mínima. Empresa aceita criar fundo garantidor aos terceirizados, reivindicação dos sindicalistas. Primeiras assembleias já aprovaram acordo

Sindipetro MG

A FUP indica a aprovação da proposta. Reajuste representa aumento real entre 1,82% e 2,33%

São Paulo – Nova proposta da Petrobras, apresentada ontem (22), pode encerrar a greve nacional dos petroleiros, que hoje completa sete dias. A empresa elevou de 8% para 8,56% o índice de reajuste na remuneração mínima por nível e regime (RMNR), o que de acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) representa aumento real (acima da inflação) entre 1,82% e 2,33%. O mesmo índice será aplicado aos benefícios educacionais e Programa Jovem Universitário. O Conselho Deliberativo da FUP, formado por dirigentes da entidade e de sindicatos filiados, indica a aprovação.

Pela proposta, os trabalhadores receberão abono de um salário, com pagamento mínimo de R$ 7.200, benefício-farmácia com desconto fixo mensal de R$ 2,36 a R$ 14,17, de acordo com a faixa de renda, estendido também aos trabalhadores da Transpetro e Biocombustível (incluindo aposentados e pensionistas). O auxílio-alimentação será reajustado em 10,24% e os trabalhadores terão licença-paternidade de dez dias, entre outras reivindicações.

Segundo a FUP, “a maior parte das bases” já aprovou o acordo. Assembleias foram concluídas na Bahia, Minas Gerais, Amazonas, Paraná/Santa Catarina, Duque de Caxias (RJ) e em São Paulo. O processo será concluído amanhã no Ceará, no Rio Grande do Sul e na base do sindicato de Pernambuco/Paraíba, além de Espírito Santo e Rio Grande do Norte.  Na região do Norte Fluminense, as assembleias seriam realizadas ainda na noite de hoje.

O coordenador-geral da FUP, João Antônio de Moraes, destaca, em entrevista à Rádio Brasil Atualque um dos maiores avanços, após seis dias de paralisação, está na implantação do fundo garantidor para os terceirizados. A Petrobras compromete-se a exigir das empresas prestadoras de serviço a garantia ou depósito bancário de 1% a 5% do valor do contrato, que garantirá o pagamento de direitos trabalhistas aos terceirizados.

“Ao terminarem as obras e contratos, muitas empresas saem sem pagar direitos básicos dos trabalhadores, como FGTS e férias. Com a criação do fundo, esses pagamentos estarão garantidos, independente das condições da empresa”, afirma Moraes.

Segundo a FUP, a Petrobras e subsidiárias se comprometeram a não punir os grevistas nem descontar os dias de paralisação. O acordo prevê que metade dos dias parados sejam abonados e os demais compensados.

“A proposta é positiva porque traz diversos avanços nas cláusulas sociais, de saúde e segurança, além do fundo para os terceirizados. Isso é importantes para nós, mas a decisão sobre a aceitação e suspensão da greve cabe aos trabalhadores”, disse Moraes.


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