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Greve na Petrobras tem adesão de contratados diretos e terceirizados

Segundo a FUP, operações estão sendo mantidas por equipes de contingência, com deslocamento de gerentes e supervisores para tarefas nas refinarias, plataformas e terminais

FUP/Divulgação

Greve contesta leilão de Libra, projeto da terceirização e cobra respostas para acordo coletivo de trabalho

São Paulo – A greve por tempo indeterminado iniciada hoje (17) pelos petroleiros tem as atividades paralisadas em refinarias, plataformas, campos de produção e demais unidades operacionais do Sistema Petrobras. Em todo o país, o movimento tem adesão de trabalhadores das áreas operacionais, setor administrativo e terceirizados, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP).

A manifestação reivindica a suspensão do primeiro leilão do campo de Libra, na Bacia de Santos, marcado para segunda-feira (21), além de cobrar a retirada de pauta do Projeto de Lei 4.330/2004, do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), sobre terceirização.

“Ontem completamos o número de assinatura necessárias para cobrar a tramitação em regime de urgência do decreto legislativo para suspender o leilão e esperamos ter um retorno ainda hoje”, afirma o coordenador-geral da FUP, João Antônio de Moraes, referindo-se a documento com 280 assinaturas, entregue ao presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Os trabalhadores também cobram avanços nas negociações da campanha salarial. A pauta entregue em 6 de agosto inclui aumento real de 5%, além de melhorias em saúde, segurança, criação de um fundo garantidor para terceirizados, mudanças no pagamento de horas extras, auxílio-farmácia, entre outros itens. A Petrobras ofereceu 7,68% de reajuste sobre a remuneração mínima, o que representa 1,52% de aumento real (acima da inflação). A categoria tem data-base em 1º de setembro.

“Aguardamos a Petrobras chamar os trabalhadores para uma negociação que atenda a pauta de reivindicações da categoria”, afirma Moraes.

Em nota, a companhia afirma que “está aberta ao processo de negociação com as entidades sindicais sobre o ACT 2013″.

Segundo a FUP as operações estão sendo mantidas por equipes de contingência da empresa – com o deslocamento de gerentes e supervisores para tarefas nas refinarias, plataformas e terminais –, o que coloca em risco a segurança das unidades, já que esses trabalhadores não estão acostumados com as tarefas nesses locais.

“A companhia tem como prática nesse tipo de mobilização tomar todas as medidas necessárias para garantir suas operações, de modo a não haver qualquer prejuízo às atividades da empresa e ao abastecimento do mercado, sendo mantidas as condições de segurança dos trabalhadores e das instalações da companhia”, informa a Petrobras.

Segundo informações dos sindicatos, as atividades foram suspensas em pelo menos 39 plataformas na Bacia de Campos, entregues às equipes de contingência da empresa. As atividades estão paralisadas nas refinarias de Duque de Caxias (RJ), Manaus (AM), Paulínia (SP), Mauá (SP), Mataripe (BA), Gabriel Passos (MG), Paraná, Alberto Pasqualini (RS), além das usinas de biodiesel e termoelétricas. O movimento também ocorre em campos terrestres de produção de petróleo na Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Norte e nos terminais da Transpetro no Amazonas, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.