Paralisação

No Rio, professores do estado e do município completam 27 dias em greve

Profissionais da rede estadual reivindicam 16% de reajuste e fidelização da matrícula. Já os municipais pedem melhorias no ensino e aumento de 19%

Mídia Ninja

Municipais exigem que prefeitura preste contas referente aos recursos do Fundeb, destinados à educação

São Paulo – Os professores da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro realizam nesta manhã (4) uma vigília em frente à Secretaria Estadual de Educação, de onde saem em passeata para uma assembleia às 14h, nas escadarias da Assembleia Legislativa. Em greve há 27 dias, os professores estaduais reivindicam reajuste salarial de pelo menos 16% e a fidelização da matrícula em uma única escola. Em nota, o governo do estado informa já ter concedido 8% de reajuste para a categoria este ano e que não há possibilidade de novo aumento.

Os profissionais da rede municipal de educação no Rio, em greve desde o dia 8, decidiram ontem manter a paralisação pelo menos até sexta (6), quando se reúnem para um ato às 10h em frente ao Centro Administrativo da prefeitura na Cidade Nova, seguido por nova assembleia para avaliar os rumos do movimento.

Após o encontro de ontem, os professores saíram em passeata pelas principais ruas da cidade até a Câmara de Vereadores, na Cinelândia, para exigir a instalação da CPI do Fundeb, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. Segundo o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do RJ (Sepe), no primeiro semestre a prefeitura gastou apenas 74,66% dos recursos do fundo destinados à educação.

“Exigimos que a prefeitura preste contas de onde está utilizando o dinheiro destinado à educação, porque ela não está cumprindo a lei para valorização dos profissionais”, afirma a coordenadora-geral do Sepe, Marta Moraes.

Os professores da rede municipal reivindicam um cronograma para discutir as questões pedagógicas e melhorias no ensino, além de reajuste salarial de 19%. A prefeitura oferece 8% a ser repassado quando o Plano de Cargos, Carreiras e Salários for aprovado. “Podemos aceitar esse percentual, desde que pago imediatamente”, afirma Marta. Segundo o Sepe o movimento tem a adesão de 80% da categoria.

Na segunda (2), o desembargador Antônio Eduardo Ferreira Duarte, do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, deferiu liminar em ação movida pelo município do Rio de Janeiro contra o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação.

Em sua decisão, o desembargador determinou que o sindicato suspenda imediata e integralmente a greve. Com a medida, se os professores não voltarem ao trabalho, o sindicato terá de pagar multa de R$ 200 mil por dia. A Justiça determinou ainda que a greve fosse suspensa em um prazo de 48 horas. O Sepe informou que o prazo legal vai até a próxima quinta-feira (5), pois a notificação foi recebida ontem pelo sindicato, e que o departamento jurídico do sindicato entrou com recurso contra a liminar.

A assessoria da prefeitura do Rio disse que não vai comentar a decisão dos professores de continuar a greve mesmo depois de a Justiça determinar o retorno imediato da categoria às aulas.

Com informações da Agência Brasil