polícia civil

Delegados de SP protestam contra Alckmin com passeata e ‘blecaute’

'A responsabilidade pelo caos da segurança pública não pode ser atribuída a nós, porque é incompetência do governo do Estado', afirma presidenta da associação da categoria

Associação dos Delegados SP/Facebook

Falta de valorização da polícia civil foi destaque em manifestação de delegados do Estado de SP, em julho

São Paulo – Uma passeata com cerca de 300 delegados da Polícia Civil de São Paulo foi realizada na tarde de hoje (8) em protesto contra as más condições de trabalho. O ato – com trajeto entre Avenida Ipiranga e a sede da Secretaria de Segurança Pública, ambas no centro da capital –, foi organizado após a suspensão das atividades em cerca de 2 mil delegacias da capital e interior.

Com essa Operação Blecaute, como é conhecida a paralisação dos delegados, investigadores, escrivães e agentes penitenciários, os policias civis querem chamar a atenção da sociedade para o descaso do governo do Estado com a segurança pública.

De acordo com a presidenta da Associação de Delegados do Estado de São Paulo (Adpesp), Marilda Aparecida Pansonato Pinheiro, a cada dez dias um delegado de polícia vai embora para trabalhar em outro estado ou muda de carreira. “O atual sistema de Segurança Pública é incapaz de dar respostas à sociedade, a cada dia presenciamos o encolhimento do número de policiais. Nós não temos mais condições para trabalhar em uma polícia sucateada”.

Além de melhores condições de trabalho, a categoria pede remuneração compatível com a carreira jurídica do estado. “O salário de um delegado é de R$ 5 mil enquanto que de um defensor público é de R$ 12 mil. Não entendemos porque somos tratados dessa maneira”, afirma Marilda, que denuncia a falta de infraestrutura da Polícia Civil. “Em algumas cidades do interior os colegas levam computador pessoal para o trabalho, porque não têm da DP.”

Segundo informações do Adpesp, há 20 anos o efetivo da polícia civil era duas vezes maior e as investigações e resoluções de crimes não acontecem porque não há condições para isso. “Vivemos a falência da segurança pública. O governo negocia conosco, mas não cumpre o que promete. A responsabilidade pelo caos não pode ser atribuída a nós, porque é incompetência do governo do estado”, diz a presidenta da associação.

Leia também

Últimas notícias