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Policiais civis ameaçam parar se não forem chamados para negociação

Reivindicações serão levadas a Alckmin na segunda-feira. Trabalhadores vão esperar uma sinalização do governador até o final do mês

São Paulo – Policiais civis de São Paulo realizam assembleia amanhã (4), às 10h, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, na Liberdade, região central da cidade, para discutir uma pauta única de reivindicações a ser entregue ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) na próxima segunda-feira (8). O encontro reunirá investigadores, delegados, escrivães e agentes penitenciários, que ameaçam entrar em greve se não forem recebidos até o final de julho.

Os trabalhadores também vão decidir se saem em passeata após a assembleia. Se ocorrer o protesto terá o apoio de policiais militares aposentados. “Ainda acreditamos no diálogo. Por isso, vamos esperar até o dia 31 deste mês. Do contrário, entraremos em greve”, avisou o presidente do Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo (Sipesp),João Rebouças.

O descumprimento da Lei Federal 1067/2008 é a principal queixa dos representantes do Sipesp. A lei garante salário diferenciado para os profissionais concursados que tenham ensino superior. De 2007 para cá, três concursos já foram realizados – somente no último ano 329 profissionais foram aprovados –, mas essas pessoas continuam recebendo salários equivalentes para nível médio. “O que está acontecendo é o descumprimento de uma lei federal por parte do Estado. Precisamos resolver esse problema, que se estende por seis anos”, disee Rebouças.

A categoria, com data base em 1º de março, também reivindica a reestruturação da carreira e a substituição da Lei 1062, do estado, que estabelece idade mínima para aposentadoria especial, pela Lei 51/85, federal, que garante direito à aposentadoria de trabalhadores com profissões de risco aos 25 anos de carreira.

Os policiais também questionam o programa São Paulo Contra o Crime, anunciado em maio pelo governo do Estado em parceria com o Instituto Sou da Paz, que desenvolve e fiscaliza o cumprimento de metas e pagamento de bônus aos policiais. “Qual será o critério para a distribuição desse bônus? Como avaliar se um policial merece mais do que outro? Como serão essas metas? Essas questões de segurança pública devem ser negociadas com os profissionais de segurança e nós nunca fomos recebidos pelo governador”, disse o investigador.

Representantes do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo (Sindasp) estiveram reunidos com o governador Geraldo Alckmin, em 14 de fevereiro, para entregar a pauta com reivindicações específicas da categoria e ainda não receberam resposta. Esses trabalhadores apresentarão questões para compor a pauta unificada a fim de unir forças e pressionar as negociações.

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